O secretário municipal da Educação, Bruno Roza, esteve ontem, 19/12, com as coordenadoras da formação continuada da SME Roberta Suarez Francini, Daniela Farto, Kelly Mônaco Coletti e Priscila Lima Ferreira na Reserva Indígena Guarani Rio Silveiras, localizada na cidade de Bertioga (SP), em visita técnica para planejamento de ações para 2024. O grupo foi conhecer o local e avaliar as necessidades para viabilizar futuras visitas para os professores da Rede Municipal em 2024 e subsidiar as práticas nas escolas.
Priscila Lima Ferreira, coordenadora de formação continuada de Educação Física da SME e da Semana do Brincar, destacou que a visita busca dar continuidade ao tema trabalhado nas escolas durante 2023, Os Brincares Indígenas no Cotidiano Escolar, que foi proposto para a Semana do Brincar, realizada no mês de maio. “Fizemos diversas ações durante o ano todo com essa temática para aproximar as comunidades escolares a refletirem e desenvolverem atividades sobre o brincar das diversas práticas da cultura dos povos originários, e essa visita não só serve de encerramento para o ciclo de ações que fizemos em 2023, mas para já iniciarmos o planejamento para o próximo ano”.
O secretário Bruno Roza explicou que a visita faz parte de um compromisso da SME de combater visões deturpadas do indígena e abordar sua cultura de uma maneira mais próxima da realidade, buscando desmistificar visões estereotipadas. “É uma oportunidade que vamos proporcionar aos professores em 2024 de construir as próprias narrativas sobre os povos originários e sua cultura, para que esses saberes sejam multiplicados e passem a fazer parte do cotidiano das escolas”.
A programação da visita técnica contou com acolhida com café da manhã seguido de uma trilha educativa sobre a biodiversidade da reserva onde a aldeia está situada. Na oportunidade, os guias da visita, os indígenas e diretores da Organização da Sociedade Civil Coletivo e Ponto de Cultura EtnoCidade, Lu Ahamy Miri e Awa Mbarete, compartilharam sobre a relação dos povos originários com a natureza e falaram sobre a educação dentro do contexto indígena. “Nas concepções indígenas de infância, a educação das crianças é feita no convívio coletivo, partilhando com outras crianças, jovens, adultos e idosos, e na circulação pelos espaços sociais. As crianças indígenas são incentivadas a ter autonomia e independência desde cedo, o que cria um senso de responsabilidade e autoconfiança que serão importantes a vida toda.”
À tarde, foi oferecido um almoço coletivo, onde os participantes puderam ter contato com a alimentação típica indígena, seguido de grafismos corporais dos visitantes, roda de conversa que discutiu temas como o marco temporal, o uso de tecnologias e educação, e o encerramento contou com apresentação de cantos e danças tradicionais.
ETNOCIDADE – O Coletivo e Ponto de Cultura EtnoCidade é uma organização que desempenha um papel na acolhida e suporte a indígenas que migraram ou circulam na Região Metropolitana de Campinas. Isso engloba estudantes universitários indígenas aprovados nos vestibulares da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), bem como indígenas residentes nas cidades da região. Atualmente, o EtnoCidade mantém uma casa sede de acolhimento e intercâmbios. Suas ações abrangem áreas assistenciais, econômicas, sociais e culturais, promovendo acesso, geração de renda, proteção e promoção dos direitos de cidadania e diversidade cultural dos indígenas em contexto urbano.