O Governo do Estado de São Paulo, por meio do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e sob coordenação das Secretarias de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Planejamento e Desenvolvimento Regional, contratou no ano de 2008 os estudos do Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista, com o objetivo de analisar alternativas de novos mananciais para o suprimento de água para a região até o ano de 2035.
Para apresentação dos resultados parciais foram realizados três Seminários Regionais nos dias 1º , 2 e 3 de outubro. Durante estes seminários foram realizados debates para que todas as partes envolvidas pudessem apresentar sugestões. E, na tarde desta quarta-feira, 23 de outubro, foi realizado no Espaço Vida da Sabesp, localizado na Avenida do Estado, 561, Ponte Pequena, em São Paulo, o Seminário Final para apresentação dos dados consolidados.
Durante o seminário, Carlos Alberto Pereira, um dos diretores da Cobrape, empresa responsável pelo estudo, apontou: “Importante mencionar que, embora seja o território mais desenvolvido do Brasil em termos econômicos, esse território hoje representa um PIB per capita, com base no censo de 2010, de quase doze mil dólares per capita, quando hoje os países desenvolvidos têm PIBs acima de trinta e cinco, trinta e seis mil, no caso do Reino Unido, e até quarenta e seis mil dólares per capita nos Estados Unidos, no mesmo ano de 2010. Ou seja, a vocação do território é a vocação para o crescimento econômico. E, todas as questões vão se desenhando de forma mais clara quando começamos a interpretar os dados dessas regiões. Temos nessa região 180 municípios, que abrigam 30 milhões de pessoas que correspondem a 75% da população do estado de São Paulo. Essa área que corresponde a 0,6% do território brasileiro congrega 28% PIB Nacional e, portanto, esses números denotam a importância dessa região não só para o estado de São Paulo, mas para o Brasil como um todo”.
Para fazer os estudos de demanda de água foram trabalhados três cenários para os estudos de demanda: o clássico cenário tendencial, que simplesmente incorpora as variáveis atuais, desde as suas tendências atuais até as que projetam para 2035, e o cenário com intensificação de crescimento, onde discutimos como ficariam os cenários das demandas caso o PIB da região superasse as expectativas da época do cenário tendencial, e um cenário de ações e controle operacional das demandas, cuja ênfase era, a partir do cenário tendencial, qual seria o impacto desse cenário de ações de gestão da demanda baseado em redução de perdas, uso racional de água e mudanças comportamentais.
Carlos Alberto apontou alguns dados que podem elucidar a demandas de água existentes na região estudada. “Queria destacar aqui a situação de 2008, em relação às demandas totais de água da macrometrópole. Essa região demanda hoje 223m3/s. Essa demanda, no cenário tendencial, tende a evoluir para 283 m3/s, ou seja, mais de 60 m3/s. Na região metropolitana de São Paulo, precisaríamos de mais dois Sistemas Cantareira para atender a demanda até 2035, isso mostra o tamanho do desafio que teremos adiante. O cenário com gestão e controle das demandas ficaria 28m3 a mais, de 223m3 passaríamos para 251m3, e o cenário com intensificação de crescimento iria para cerca de 300m3/s. Quaisquer que sejam os números são números bastante significativos e que vão demandar uma série de atribuições, seja no sentido de novos aproveitamentos hídricos, novas intervenções para regularização de vazões e ações de controle de demanda, daí a necessidade de um pacote integrado de soluções que permitam a garantia da segurança hídrica na região da Macrometrópole”.
Para acompanhamento do seminário realizado hoje estiveram presentes, o Prefeito de Piracicaba e Presidente dos Comitês PCJ (CBH-PCJ e PCJ FEDERAL), Gabriel Ferrato, além de vários membros dos Comitês PCJ, o Secretário-executivo dos Comitês PCJ, Luiz Roberto Moretti e os diretores da Agência das Bacias PCJ, Sergio Razera e Patrícia Gobet de Aguiar Barufaldi.
O estudo apontou 10 arranjos de obras para a demanda de água da Macrometrópole Paulista, sendo que nestes 10 arranjos, dois são grandes empreendimentos, quais sejam: retirar água rio Jurumirim na região do Paranapanema, e buscar água no rio Juquiá na região do Vale do Ribeira. É importante salientar que, entre as alternativas para abastecimento, estão as Barragens de Pedreira e Duas Pontes, já dimensionadas para as Bacias PCJ.
O Presidente dos Comitês PCJ, Gabriel Ferrato afirma que: “com base nos estudos o governo do estado de São Paulo e as prefeituras envolvidas precisam efetivar tais obras, que são soluções que não acontecem a curto prazo, mas que demandam vários anos para serem implementadas”. Ferrato destacou que esta será uma de suas metas para as Bacias PCJ, “vou me empenhar pessoalmente para que as obras necessárias sejam realizadas”.
Ivanise Pachane Milanez Assessoria de Comunicação Agência das Bacias PCJ 19.34372100