A XII Feira de Trocas de Sementes e Mudas Crioulas, Orgânicas e Biodinâmicas do Estado de São Paulo reuniu em torno de 700 participantes no último sábado, 02/09, no Engenho Central, unindo um público diverso de agricultores familiares, quilombolas, povos indígenas, assentados, sem-terra, caiçaras, entre outros. 

A feira tem iniciativa da Associação Biodinâmica, em parceria com a Prefeitura de Piracicaba, por meio da Sema (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento), Rede de Agroecologia do Leste Paulista, Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), NEPAS/UFSCar e Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo). 

Realizada anualmente desde 2010, a feira ocorre de forma itinerante em diferentes regiões do estado de São Paulo e essa foi a primeira vez que foi sediada em um município da região leste, sendo também a maior em número de participantes já realizada desde a primeira edição.

O objetivo do evento foi dar destaque para a importância das sementes e mudas crioulas, que conseguem manter sua variabilidade genética e ser reproduzidas pelos agricultores por se adaptarem a diversos locais, garantindo assim a conservação das espécies.

Durante a feira ocorreram rodas de conversas e a realização de cinco oficinas, com os temas: qualidade de sementes crioulas, iniciativas agroecológicas na região de Piracicaba, segurança alimentar e nutricional, produção de sementes biodinâmicas, muvuca de semente, legislação municipal para produção de sementes crioulas, elaboração de iscas e ninhos para abelhas solitárias e produção de mudas de plantas medicinais.

A assessora de gabinete da Sema e nutricionista, Natália Gebrim Doria, apresentou, junto ao professor Paulo Eduardo Moruzzi Marques, da Esalq, a roda de conversa sobre a história da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil, representando também o Comsea (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional). “Espaços como esse propiciam a criação e fortalecimento de redes e trocas de experiências entre agricultores familiares e comunidades tradicionais. As sementes crioulas são fundamentais para a conservação da agrobiodiversidade e para a garantia da soberania e segurança alimentar e nutricional da população”, disse Natália.

O engenheiro agrônomo da Cati, Leandro Biral, destacou que o diferencial desta edição foi a apresentação na abertura do evento de iniciativas de produtores/guardiões relacionados às sementes e mudas crioulas em todas as regiões do Estado. “Foram apresentadas experiências que estão iniciando e outras mais avançadas, somando sete iniciativas. A mobilização foi muito importante para viabilizar a vinda de diversos grupos, o que possibilitou que os objetivos da feira fossem plenamente alcançados”, destaca.

A Sema, além de participar da realização do evento, também esteve com um estande para apresentação dos programas da secretaria. “Ficamos muito honrados de receber a feira em Piracicaba, pois é um tema que está em sintonia com nossas políticas públicas de fortalecimento da agricultura familiar, da produção de alimentos, a soberania alimentar e a biodiversidade”, disse a secretária Nancy Thame.

Engenheiro agrönomo da Cati, Leandro Biral, fala durante abertura do evento para público dentro de barracão do Engenho Central
Feira itinerante é realizada anualmente desde 2010 em diferentes regiões do estado de São Paulo
Secretária Nancy Thame, da Sema, discursando ao lado de representantes de instituições que ajudaram na organização do evento
Secretária Nancy Thame durante abertura da feira
Engenheiro agrönomo da Cati, Leandro Biral, fala durante abertura do evento para público dentro de barracão do Engenho Central
Durante a feira ocorreram rodas de conversas e a realização de cinco oficinas
Grupo de pessoas observa e manuseia inúmeros grãos de sementes crioulas espalhados no chão, durante oficina de Muvuca de Semente
Iniciativa reuniu um público diverso de agricultores familiares, quilombolas, povos indígenas, assentados, sem-terra, caiçaras, entre outros