A febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato e causada por bactéria do gênero Rickettsia. A doença não é passada diretamente entre pessoas pelo contato. No Brasil, os principais vetores são carrapatos do gênero Amblyomma. Em Piracicaba, neste ano, ainda não foram registrados casos da doença, porém, a Secretaria de Saúde alerta a população para a prevenção da febre maculosa que pode ser feita ao evitar áreas onde pode haver contato com carrapatos contaminados.

Segundo o médico e subsecretário de Saúde, Augusto Muzilli Jr., "após o triste surto ocorrido na cidade de Campinas, a Prefeitura vai intensificar as ações de conscientização, que já são rotina, junto da população e finalizar o mapeamento de áreas de risco para o carrapato-estrela para, assim, fazer a substituição e implantação de novas placas de alerta informando sobre o risco da incidência de carrapatos", disse.

A prevenção da febre maculosa é baseada em impedir o contato com o carrapato. Portanto, em locais onde haverá exposição ao bicho, algumas medidas podem ajudar a evitar a infecção, como usar roupas claras para ajudar a identificar o carrapato; utilizar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramados; evitar andar em locais com grama ou vegetação alta.

Em Piracicaba, além das margens do rio Piracicaba – desde o bairro Monte Alegre até Artemis – e do rio Corumbataí, outras áreas identificadas como de maior risco de contaminação da doença são as margens do ribeirão Piracicamirim, Córrego Guamium, a lagoa do Santa Rita, parque da Rua do Porto, ou seja, toda região em que se pode encontrar capivaras.

A Secretaria de Saúde recomenda a remoção – com uma pinça e aplicando álcool líquido 70% – se um carrapato for encontrado no corpo; não apertar ou esmagar o bicho e, depois de removê-lo inteiro, lavar a área da picada com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de se contrair a doença.

Conforme explica Muzilli Jr., normalmente a doença se manifesta de forma repentina, com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor na cabeça e no corpo, falta de apetite e desânimo. Em seguida é comum aparecerem pequenas manchas avermelhadas, que crescem e ficam salientes.

Segundo Muzilli Jr., o quadro é agravado com náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, tosse, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas. Nos casos mais graves, pode haver paralisia, começando nas pernas e subindo até os pulmões, o que pode causar parada respiratória.

Áreas de risco estão sinalizadas com placas alertando a população para a presença do carrapato-estrela

DIAGNÓSTICO – Diagnosticar precocemente a febre maculosa é muito difícil, principalmente nos primeiros dias da infecção, já que os primeiros sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, entre outras. Mas o que é importante para o caso é o paciente informar que esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas onde possa ter sido picado por um carrapato.

TRATAMENTO – A febre maculosa tem cura desde que o tratamento com antibióticos específicos seja administrado nos primeiros dois ou três dias da infecção. O medicamento deve ser administrado assim que surgirem os primeiros sintomas, mesmo sem o diagnóstico confirmado, já que ele pode demorar.

Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.

ORIENTAÇÕES – Cabe salientar que o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) conta com equipe de profissionais que dão apoio no trabalho de controle da doença por meio de trabalhos educativos nas escolas públicas e particulares da cidade, além de empresas. A solicitação da visita orientativa deve ser feita por meio do SIP 156 ou pelo telefone (19) 3427-2400.

A SMS reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença. Em Piracicaba, toda a rede de saúde está capacitada e orientada sobre o atendimento a doença e de casos suspeitos.

Dicas de prevenção

Devem ser adotadas algumas medidas para evitar a doença, principalmente em locais onde haverá exposição a carrapatos:

  • Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro.

  • Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas.

  • Evite andar em locais com grama ou vegetação alta.

  • Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos;

  • Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça.

  • Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água.

  • Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos carrapatos.