{mosimage}A exposição “Nísia Floresta: Uma Mulher à Frente de seu Tempo” foi lançada na noite de ontem (31), no hall da Prefeitura de Piracicaba. A exposição faz parte do Projeto Memória 2006, desenvolvido pela Fundação Banco do Brasil, em parceria com a Petrobrás, que homenageia a educadora com exposição em aproximadamente 800 municípios brasileiros.

O evento contou com a presença de autoridades municipais e representantes do Banco do Brasil. Um kit com 16 painéis, com textos e ilustrações sobre o tema, poderá ser visto na Prefeitura até o dia 10 de agosto, das 8 às 16 horas.

O Projeto desenvolvido para resgatar a história de personalidades que defenderam a inclusão social no Brasil, inclui ainda um vídeo-documentário e livro fotobiográfico, que serão dirigidos a cerca de 5 mil bibliotecas do país, além de um kit pedagógico, contendo almanaque histórico e guia do professor, que será destinado a quase 18 mil escolas públicas. Além disso uma página sobre a vida e a obra da escritora na internet pode ser acessada pelo site www.fundacaobancodobrasil.org.br

O gerente geral da agência centro do Banco do Brasil, Altair Franzo, disse que a exposição é uma oportunidade de trazer personalidades da história do país, que em sua época, lutaram contra as diferenças e o Banco do Brasil criou esse projeto, visando resgatar a memória destas personalidades que defenderam acima de tudo a inclusão social.

Franzo afirmou que o Banco do Brasil se sente honrado em ser parceiro da prefeitura neste projeto que retrata a vida de Nísia Floresta. Citou como outra parceria importante com o Poder Público, a participação na Campanha contra o Trabalho Infantil.

O prefeito Barjas Negri observou que a Nísia foi uma mulher que trabalhou pelo país, em prol da melhoria de defesa da mulher e a inclusão social. “Com certeza esta exposição será muito visitada pelos funcionários públicos municipais e o público que diariamente freqüenta a prefeitura. “O Banco do Brasil tem sido um parceiro importante da prefeitura, pois sempre contribuiu para a valorização cultural e social do município”.

Nascida no interior do Rio Grande do Norte, no século 19, Nísia viveu entre o Brasil e a Europa, dirigiu um colégio para moças, foi tradutora, escritora, educadora, poetisa, mãe e é considerada a precursora do feminismo no Brasil. Sua resistência à opressão- por meio de atitudes, palestras, poemas, relatos de viagens, crônicas, artigos e ensaios, publicados em português, francês e italiano, estendeu-se à defesa da República, contra a escravidão, pela liberdade religiosa e pela valorização da cultura indígena.

Seu primeiro livro foi “Direitos das Mulheres e Injustiça dos Homens”, publicado em 1832, quando ela tinha apenas 22 anos. Sofreu muitos preconceitos, principalmente por seu pioneirismo e seu nome, por muito tempo, não recebeu o devido reconhecimento. Mas nos últimos tempos, seu nome e sua obra vêm sendo objetos de estudos e discussões variadas, tanto do ponto de vista histórico, quanto de seu pioneirismo para o feminismo nacional.

A 10ª edição do Projeto Memória conta com o apoio da ONG Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh). O Projeto Memória foi criado em 1997, pela Fundação Banco do Brasil, com o objetivo de destacar personagens e fatos que contribuíram para a transformação social do País. O projeto já homenageou nomes como Castro Alves, Monteiro Lobato, Rui Barbosa, Juscelino Kubitschek de Oliveira e Oswaldo Cruz. A partir de 2004, contando com a parceria da Petrobrás, o Projeto já relembrou a vida e a obra de Josué de Castro e Paulo Freire.

“Nísia Floresta lutou pela defesa dos direitos das mulheres à educação e ao trabalho, contra a escravidão e a favor da cultura indígena. Conhecer a sua trajetória de vida e sua obra, mais do que olhar para o nosso pecado, é uma oportunidade de refletirmos sobre o presente e o futuro do País”, afirma o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena.