Para boa parte das 720 famílias beneficiadas com moradias dos empreendimentos Ipês Roxo, Amarelo e Branco, viver em condomínio será algo totalmente novo. Com o objetivo de auxiliar os futuros moradores do empreendimento a manterem uma boa convivência, as equipes de assistentes sociais da Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba (Emdhap) e da empresa responsável pela gestão condominial do empreendimento, Neves Neves, que representa a Caixa, estão realizando reuniões técnicas sociais, visando despertar nessas pessoas noções de coletividade que facilitem o convívio entre pessoas de diferentes hábitos e culturas. Os moradores dos Ipês Amarelo e Branco já participaram da reunião. Na tarde de hoje, 1º, foi a vez de 246 famílias do Ipê Roxo.
No dia 26 de maio foi realizado o sorteio das 720 unidades habitacionais do empreendimento, no Ginásio Municipal Waldemar Blatkauskas. Os contemplados já retiraram o requerimento de vistoria dos apartamentos, localizados na Avenida Corcovado, bairro Vila Sônia, em Santa Teresinha.
A Emdhap e a empresa de gestão condominial estarão presentes durante 12 meses após a ocupação para tirar as dúvidas e ensinar os futuros moradores do empreendimento a conviverem em equilíbrio. A empresa responsável pela administração do condomínio será escolhida pelos próprios moradores, as despesas não poderão ser feitas sem antes consultar a receita do condomínio.
O presidente da Emdhap, João Manoel dos Santos, explica ainda que, como grande parte das famílias contempladas vieram de comunidades carentes e jamais haviam residido em um condomínio, há dificuldade de adaptação. “Mas acredito que com as orientações que estão recebendo durante as reuniões, o convívio em coletividade será melhor”.
A procuradora jurídica do município e gestora dos contratos Caixa/Emdhap, Silvani Lopes, ressaltou que até a assinatura do contrato, o contemplado pode desistir do apartamento. “Agora é hora de examinar se realmente é isso que o contemplado quer, ver se é lá que eu ele quer morar. É o momento de refletir”. Após a assinatura do contrato o beneficiado não poderá mais participar de nenhum programa de habitação de interesse social a nível nacional.
NOVA EXPERIÊNCIA – Até se mudar para o empreendimento, Maria Antonia de Menezes Miranda, 53, continua morando com o marido em uma casa de fundo no bairro Algodoal, que segundo ela, é muito pequena. Ciente de que alguns hábitos deverão ser mudados, ela afirma que sua adaptação não deverá ter problemas, por saber respeitar o espaço de cada um. “Assim que estiver em minha nova casa, pretendo participar das reuniões de condomínio, porque os assuntos são de interesse de todos os moradores e o único objetivo é convivermos bem um com os outros”.
Moradora do Bosques do Lenheiro, Flaviane Alves Vilela, 27 anos, se mudará para sua nova moradia com o marido e seus três filhos. “Não sou uma pessoa de relacionamento muito fácil. Mas me esforçarei para ter uma convivência saudável com as outras pessoas”, garantiu.
CONDOMÍNIO – A instalação do condomínio é uma exigência para o registro do empreendimento em cartório, antes da entrega das chaves. As famílias são informadas da necessidade de eleger síndico e criar um regimento interno, que irá determinar quais são as normas que vão detalhar o cotidiano do condomínio, em especial das áreas de uso comum, como parquinho, quadras esportivas, salão de festas e estacionamento.
Os próprios moradores que decidem o que será ou não permitido no interior do conjunto, em votações nas assembleias. Do mesmo modo será definido o valor mensal a ser pago pelo condomínio, de acordo com os serviços que forem implantados, como interfones, portaria, vigilância, outros.