Portal do Município de Piracicaba

Dia do Médico: entre o cuidado e a vocação, as lições de uma vida dedicada ao SUS

Secretaria Municipal de Saúde presta homenagem a todos os médicos por meio do pediatra Rogério Tuon, que há 27 anos atua na rede

Por CCS / Publicado em 17/10/2025
Tempo de leitura: 7 minutos.
Um médico, vestindo um jaleco branco e óculos, usa um estetoscópio para examinar uma menina sentada em uma maca. A menina está usando uma camiseta rosa com o personagem Stitch e shorts coloridos. O consultório pediátrico é decorado com pôsteres de personagens de desenhos animados da Turma da Mônica, incluindo um pôster maior acima da maca e um menor na parede ao lado do médico. A iluminação sugere um ambiente interno, possivelmente um consultório médico ou clínica.
O pediatra Rogério Tuon em atendimento na Policlínica de Santa Teresinha

No Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro, a Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba homenageia os profissionais que dedicam suas vidas ao cuidado das pessoas e à construção de uma saúde pública mais humana. Entre eles está o pediatra Rogério Tuon, 61 anos, que há 27 atua na rede municipal e é referência em comprometimento, sensibilidade e amor pela profissão.

Desde a infância, o desejo de cuidar e de estar perto das pessoas já fazia parte da vida do médico. “Sempre gostei de ouvir, de me relacionar, de estar com pessoas. Então, escolher uma profissão voltada ao bem-estar do outro foi algo natural”, conta.
A Medicina apareceu como um caminho quase inevitável — confirmado até por um teste vocacional. “O resultado indicava algo ligado ao relacionamento humano. E foi assim, de forma muito espontânea, que a medicina entrou na minha vida.”

Um médico sorri para a câmera enquanto está sentado em sua mesa em um consultório médico. Ele está usando um jaleco branco sobre uma camisa azul e tem um estetoscópio pendurado em volta do pescoço. Ele está escrevendo em um pedaço de papel com uma caneta azul. A mesa está equipada com um computador com uma imagem de paisagem na tela, um teclado, um mouse e uma impressora. Há também um quadro branco na parede atrás dele e um aviso em português que diz "PROIBIDO USO DO CELULAR DURANTE A CONSULTA" (Proibido usar o celular durante a consulta).
Para o médico Rogério Tuon, que está há 27 anos na rede municipal de Saúde, trabalhar no SUS foi uma escolha movida pela empatia e pelo desejo de contribuir para um sistema que acolhe a todos

A decisão de atuar na rede pública também veio de forma instintiva. “Sempre quis fazer a diferença na vida de quem mais precisa. Trabalhar no SUS foi uma escolha natural, movida pela empatia e pelo desejo de contribuir para um sistema que acolhe todos.”

A imagem mostra um grupo de oito profissionais de saúde, todos sorrindo para a câmera. Eles parecem estar em um ambiente hospitalar ou clínico, com paredes claras e uma janela ao fundo. No primeiro plano, à direita, está um homem mais velho vestindo um jaleco branco e um estetoscópio pendurado no pescoço. Ele tem óculos e um sorriso amigável. Atrás dele e em pé, há sete pessoas mais jovens, a maioria vestindo uniformes verdes ou azuis escuros, típicos de profissionais de saúde. Há uma mistura de homens e mulheres no grupo. Alguns dos uniformes têm crachás com nomes e identificações. A iluminação é clara, vindo de cima e da janela ao fundo, criando um ambiente acolhedor.
O médico Rogério Tuon com estudantes de Medicina; Dia do Médico é celebrado no dia 18 de outubro

A JORNADA NO SUS – Formado em Medicina e com residência em Pediatria no Hospital Infantil Menino Jesus, em São Paulo, Rogério Tuon iniciou sua trajetória no SUS ainda em 1990. Depois de uma temporada de estudos na França e breve passagem pelo setor privado, retornou ao Brasil decidido a dedicar-se inteiramente ao serviço público.
“Quando voltei a Piracicaba, em 1998, meu foco era trabalhar no SUS. Era o que eu queria, onde eu me sentia pertencente.”
A escolha pela pediatria também nasceu da prática. “Durante a graduação, fazia estágios em obstetrícia e percebi que, a cada parto, meu olhar se voltava mais para o bebê. Eu queria cuidar da criança, acompanhar o desenvolvimento. Foi ali que entendi que minha missão era ser pediatra — e nunca me arrependi disso.”

DESAFIOS E APRENDIZADOS – Com quase três décadas de atuação só no serviço público de Piracicaba, o médico reconhece que os desafios da saúde pública são muitos — especialmente diante das limitações de recursos. “Às vezes não conseguimos oferecer o tratamento ideal por falta de determinado exame ou medicamento, mas sempre há alternativas. O importante é usar o conhecimento técnico e a empatia para oferecer o melhor dentro do possível.”
Para ele, o trabalho em equipe é o grande alicerce do SUS. “Ninguém é bom em tudo. A força da rede está em reconhecer o valor e o saber de cada profissional. Enfermeiros, técnicos, agentes comunitários de saúde, dentistas, nutricionistas, assistentes sociais — todos têm um papel essencial. É essa união que garante o cuidado integral.”

E o cuidado, segundo ele, vai além do paciente. “Atender uma criança é também olhar para a família, entender o entorno, a rotina, a realidade social. Só assim conseguimos propor soluções que façam sentido e que gerem mudanças verdadeiras.”

SATISFAÇÕES E CONQUISTAS – Entre tantas lembranças, o médico guarda histórias de transformação e carinho. “Tenho pacientes que vi crescer. Recebo desenhos e agradecimentos de famílias que lembram do nosso trabalho com afeto. Isso não tem preço.”
Mas o legado do pediatra também está nas políticas públicas que ajudou a construir. Ele participou da implantação da classificação de risco nas unidades de pronto atendimento, da criação do Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Infantil, do telemonitoramento de gestantes e de ações para fortalecer o aleitamento materno.
Mais recentemente, ajudou a descentralizar a coleta de exames de urocultura, levando o serviço para mais perto das unidades dos bairros. “Saber que uma ação pode beneficiar toda uma população é algo que me motiva. Essa é a beleza de trabalhar no SUS.”

HUMANIZAÇÃO NO CENTRO DA MEDICINA – O médico acredita que o futuro da Medicina será cada vez mais tecnológico — com inteligência artificial, terapias genéticas e telemedicina —, mas alerta: “Nenhuma tecnologia substitui a escuta humana. A relação médico-paciente é insubstituível. É na conversa, no olhar, no acolhimento, que a cura começa.”
GRATIDÃO E RECONHECIMENTO – Ao completar 27 anos de trajetória na rede, Rogério Tuon faz questão de agradecer. “Sou muito grato a todos os colegas com quem trabalhei e trabalho: médicos, enfermeiros, técnicos, agentes comunitários de saúde, recepcionistas, profissionais da limpeza, todos. Sem eles, nada disso seria possível. Trabalhar no SUS é uma construção coletiva.”
E encerra com uma reflexão que traduz o espírito do Dia do Médico:

“O SUS é uma conquista do povo brasileiro. Um sistema que garante o direito de todos ao cuidado, ao acolhimento, à dignidade. É uma honra fazer parte dessa história.”


Secretarias e Outros órgãos

Este site utiliza cookies para melhorar a sua experiência de navegação. Ao continuar navegando, você concorda com nossa política de privacidade.