“A dengue é um assunto que as pessoas precisam levar a sério. É uma doença que mata”, disse o secretário de Saúde, Fernando Cárdenas, ao comentar a importância de realizar ações educativas na cidade para combater os criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.
A secretaria de Saúde não tem medido esforços para conscientizar e atingir toda a cidade, conta Cárdenas. Por isso, irá realizar amanhã (26) o “Dia D de Combate à Dengue”, a data vem somar com as ações que a Secretaria vem realizando desde a segunda semana de outubro.
O evento é coordenado pela equipe do Plano Municipal de Combate à Dengue (PMCD), que fará exposição sobre o ciclo de vida do mosquito Aedes Aegypti na Praça José Bonifácio, desfile com carro de som pela cidade, além da distribuição de material informativo e orientações sobre dengue para a população, através dos funcionários da secretaria que estarão divididos em pontos estratégicos, como Centro (Rua Governador/Benjamin), Vila Rezende, Santa Terezinha, Piracicamirim e Paulista (Rua do Rosário/Praça Takaki).
Número de casos
Segundo informações do banco de dados da Vigilância Epidemiológica, até hoje foram notificados 1576 casos, sendo desse total 831 negativos e 672 positivos. Dos positivos, 652 são autóctones, ou seja, foram contraídos dentro do próprio município. Os outros 20 foram importados de cidades como Rio de Janeiro (RJ), Montes Claros (MG), Goiânia (GO), Leme, Limeira e outros.
Com relação à distribuição por bairro, Cárdenas lembra que houve uma inversão da periferia para a área central. Os 10 bairros com maior índice foram: Cidade Alta, Vila Cristina, Paulista, São Dimas, Centro, Jd. Bartira, Jaraguá, Água Branca, Nova Piracicaba e Vila Rezende.
LIRAa
O Plano Municipal de Combate à Dengue, realizou entre 27/09/11 e 08/10/11, o LIRAa 2011. Foram avaliados 4.185 imóveis distribuídos por 41 bairros das regiões do município de Piracicaba. A pesquisa apontou que todos os imóveis apresentaram de 1,75 até 25,06 criadouros do Aedes aegypti. Em todos os bairros pesquisados os imóveis apresentaram criadouros com acúmulo de água de 42,05 a 87,87%, além de encontradas larvas do Aedes aegypti em 08 bairros, com destaque para o bairro Centro. O LIRAa (Levantamento de Infestação Rápida do Aedes aegypti) consiste numa avaliação de densidade larvária feita através de sorteio de imóveis distribuídos por regiões estratificadas num município. São levantadas a quantidade e a qualidade dos recipientes tidos como criadouros, além da contagem daqueles que contém água e dos que contém larvas, as quais são coletadas e identificadas no laboratório. Para Rossetto, o dado mais preocupante da pesquisa é de que todos os imóveis apresentaram oferta de criadouros e, mesmo num período sem chuvas, havia água acumulada em recipientes. Dos recipientes encontrados destacamos alta freqüência de pratos, pingadeiras, vasos e outros recipientes ligados ao habito do cultivo de plantas, além de bromélias, recipientes recicláveis como garrafas (plásticas e de vidro), potes, latas, frascos, entre outros.
Comércio
Pela primeira vez, a secretaria de saúde conseguiu fazer um levantamento da situação da área comercial de Piracicaba. Para Cárdenas, “o resultado foi surpreendente”. O índice de infestação e a quantidade de criadouros encontrado no fundo das lojas são preocupantes.
Para reverter essa situação e eliminar os criadouros do mosquito antes do período das chuvas, foram desenvolvidas ações especificas para esse público alvo, como a visita de agentes de saúde nos estabelecimentos comerciais a fim de orientar na retirada dos inservíveis, por exemplo.
Foi desenvolvido um material de orientação especifico onde é possível encontrar um check list dos principais focos do mosquito.
Novo sorotipo
Outra preocupação para o ano de 2012 é a circulação de um novo sorotipo do mosquito: o tipo 4. Esse vírus não circula no Brasil há cerca de 20 anos – diferente dos tipos 1, 2 e 3, que já circula no país a pelo menos 15 anos –, e por isso, as pessoas não oferecem resistência ao mosquito.
Avaliando os estudos realizados pelo Plano Municipal de Combate à Dengue, a Vigilância Epidemiológica (VE) explica que existem dois grupos mais vulneráveis à doença: as crianças e idosos. O primeiro pelo fato de nunca terem sido expostos a esse vírus e o segundo pela queda de resistência do corpo devido à idade.
Por esse motivo, o coordenador Rossetto ressalta que “a única maneira de prevenir uma epidemia é acabar com os criadouros. Precisamos do apoio de toda população”.