Considerado braço direito do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (Codepac), o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), órgão criado em 2003 e ligado ao Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba (Ipplap), dirigido pelo arquiteto Marcelo Cachioni, realiza um trabalho minucioso e importante para dar suporte técnico ao conselho nos processos de tombamento, sejam eles móveis, imóveis e de patrimônio imaterial e para auxiliar na preservação do patrimônio histórico do município.
A Usina do Monte Alegre está em processo de tombamento | Foto: Isabela Borghese
Segundo levantamentos do Codepac, o município conta com 124 decretos de tombamento, incluindo conjuntos urbanos, a Casa do Povoador, o Parque do Engenho Central e o Passo do Senhor do Horto e existem mais seis processos de tombamento em andamento, incluindo o Sítio Histórico Urbano Monte Alegre, mais especificamente a Usina e as vilas Josefina e Joaninha, habitadas. Além dos bens imóveis, o Codepac registrou, até o momento, três bens imateriais: a Festa do Divino e o Sotaque e Dialeto Caipira de Piracicaba.
O Diretor do DPH, Marcelo Cachioni, com o diretor-executivode Estudo Sócioeconômicos do Ipplap, Fábio Lazzerini | Foto: Isabela Borghese
Para Cachioni, a preservação é importante para a história do município, por valorizar bens históricos, culturais, arquitetônicos, ambientais, arqueológicos, turísticos ou, até mesmo, afetivos. “Um bem, móvel ou imóvel, somente pode ser tombado quando se comprova a necessidade da sua preservação para a memória e conhecimento das futuras gerações”, ressalta o arquiteto.
O diretor do DPH diz que até 2003 o Codepac dependia dos conselheiros voluntários para realizar os estudos. “Com a criação do DPH, essas tarefas passaram a ser executadas pelo Departamento, que conta com apoio de estagiários de arquitetura, história entre outras áreas”, observou.
Alguns espaços do Parque do Engenho Central estão em processo de restauro | Foto: Isabela Borghese
ATUANTE – Segundo Cachioni, o DPH desenvolve diversos projetos e, além de dar suporte técnico ao Codepac nos processos de tombamento, realiza levantamentos, inventários, fotos e toda documentação dos imóveis e dos bens em processo de tombamento de registros, para servir de subsídio ao Conselho, para que ele tenha o máximo possível de informações sobre esses bens patrimoniais.
O diretor observa que o DPH tem, também, a responsabilidade de desenvolvimento de projetos de restauro, especialmente para a Secretaria Municipal da Ação Cultural (Semac). Lembra que nos últimos anos, o Departamento tem se concentrado em desenvolver projetos para o Parque do Engenho Central, Casa do Povoador e outros edifícios que pertencem à Prefeitura e que também são tombados em nível municipal e estadual.
Segundo Cachioni, estão em andamento projetos como o restauro de edifícios do Parque do Engenho Central, para serem melhor utilizados, e a revisão do inventário de imóveis em cinco dos bairros mais antigos da cidade (Centro, Rua do Porto, Vila Rezende, Bairro Alto e Monte Alegre).
O DPH tem diversas publicações sobre a história da cidade | Foto: Isabela Borghese
O DPH cuida, também, da atualização de inventários relativos ao patrimônio municipal, como os bens que fazem parte do acervo da Pinacoteca Municipal, Museu Prudente de Moraes, o Cemitério da Saudade, além monumentos públicos espalhados pela cidade. “Além de desenvolvermos pesquisas constantes sobre a história e origem da cidade, como o levantamento das sesmarias originais de Piracicaba, que deram origem aos bairros, para ter o histórico de cada um deles, com seus dados mais relevantes”, completou.
O Departamento colabora ainda com o projeto Italianos no Estado de São Paulo, para realização de uma série de pesquisas de edifícios tombados em Piracicaba, construídos por arquitetos ou construtores italianos.
Outro trabalho importante realizado pelo DPH, ressalta Cachioni, é a reconstituição gráfica em 3D de edifícios que foram demolidos e desapareceram, como o Teatro Santo Estevam, edifícios que existiram no Engenho Central, além do núcleo original de Piracicaba há 200 anos, trabalho feito com base no mapa da cidade de 1822/23, do Arquivo do Estado de São Paulo, modelando em 3D as casinhas que existiam na centro da cidade, como a primeira matriz, para realização de maquete eletrônica.
O diretor-executivo de Estudos Socioeconômicos, Informações e Desenvolvimento Urbano e Rural do Ipplap, Fábio Lazzerini, reconhece o importante trabalho desenvolvido pelo DPH. Afirma que toda cidade que tem noção de seus patrimônios, sejam eles culturais, naturais, históricos ou imateriais, têm uma melhor qualidade de vida, gestão territorial e valorização do seu espaço, podendo planejar melhor o município, atraindo oportunidades de negócio.
Para saber mais sobre o trabalho desenvolvido no DPH é só acessar os endereços
ipplap.com.br/site/planejamento/patrimonio-historico/
ipplap.com.br/site/publicacoes/