Um relógio de sol, plantio de mais árvores frutíferas e flores, composteira, gramado para práticas de vários esportes, exercícios físicos ou para relaxar, pista de caminhada, horta… Esses são apenas alguns dos atrativos que a AMA (Associação de Moradores e Amigos) do Nova Piracicaba já idealizou para constarem na praça Sebastião da Silva Bueno – Nhô Serra, que fica no bairro e hoje é subaproveitada. O projeto – idealizado por comissão de moradores da rua das Azaléias e encampado pela AMA – já foi apresentado à Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Governo, e será protocolizado para iniciar as discussões e concretizar a ideia, em parceria com poder público e iniciativa privada.

Eveline Blumer e Márcia Lebre no bosque de árvores frutíferas da praça Nhô Serra

O espaço de 8.500 metros quadrados, localizado entre as ruas dos Crisântemos e Azaleias, possui um campo de futebol semiprofissional, bosque com árvores frutíferas, uma academia ao ar livre e parquinho. O local é agradável, mas precisa de manutenção.

Gramado será mantido e seu uso ampliado

De acordo com Eveline Blumer, presidente da AMA, que mora ao lado da área há 20 anos, e a também moradora Márcia Lebre, a praça, que é pública, vinha sendo utilizada de modo indevido e por um grupo pequeno de moradores.

E é esse cenário que os moradores querem mudar. A luta não é nova, mas os moradores foram ouvidos pela atual Administração, que deu início à revitalização, demolindo um vestiário, que também era usado de forma indevida, além da retirada de uma parte do alambrado do campo e de uma trave, que ofereciam risco de acidentes. De acordo com as moradoras, o projeto de revitalização do local será realizado a médio e longo prazo, em parceria com a Prefeitura, mas também com a busca por recursos privados. MODELO – De acordo com o projeto, será dado um novo uso para o local, que deve se tornar um “espaço inovador de fruição e contemplação da natureza, de educação ambiental, energias alternativas e sustentabilidade, com a participação da iniciativa pública e privada, faculdades, escolas e sociedade civil, o que certamente trará benefícios a presente e futuras gerações”.

Pista de caminhada em meio às árvores será revitalizada e adaptada para uso de pessoas com deficiência

De acordo com Eveline e Márcia, o projeto prevê a melhor ocupação dos 8.500 metros quadrados, com a distribuição dos equipamentos – parque infantil e academia ao ar livre -, que hoje se concentram em um dos lados da praça. Também está previsto o plantio de mais árvores frutíferas, que se juntarão às já existentes, como pitangueiras, jabuticabeiras, aceroleiras, goiabeiras, lichieiras, entre outras, além de mudas de nativas. A pista de caminhada também deve ser remodelada, ampliada e adequada, também, para promover a inclusão de pessoas com deficiência, como cadeirantes, e a iluminação revitalizada para uso noturno do espaço. A inclusão também acontecerá para cegos, com a disponibilização de placas em braille para identificação das plantas. O projeto também prevê a instalação de um relógio de sol no centro da praça, de painéis solares e gerador de energia eólica para iluminação da praça, e de uma composteira, que contará com a colaboração dos moradores para o recebimento de lixo orgânico e manejo: o produto dessa composteira será utilizado nas plantas da área e em uma horta, que também será criada. De acordo com Eveline, o gramado será mantido e seu uso ampliado para a prática de outros esportes, além de futebol, de exercícios físicos, como aulas de yoga, por exemplo, e também como área de piqueniques. “Queremos que a praça seja um modelo para ser implantado em outros bairros, que ela seja sustentável e ecologicamente correta e utilizada por um número maior de pessoas”, explica Eveline.

HISTÓRICO – O campo era utilizado para um projeto social com aulas de futebol, mas, segundo a AMA, o projeto foi extinto há anos. Dessa forma, o local começou a ser usado por um pequeno grupo, para partidas de futebol. “Após as partidas de futebol o local virava um bar e o barulho seguia, às vezes, até meia-noite”, conta Eveline. O local também começou a ser frequentado por usuários de drogas, o que trazia insegurança aos moradores. Todas as denúncias dos moradores estão documentadas por meio de fotos. Polícia Militar e Guarda Civil foram acionadas diversas vezes. Diante desse cenário, os moradores fizeram um abaixo-assinado e entraram em contato com a Prefeitura. “Nós da AMA e uma comissão de moradores procuramos a Secretaria de Governo e a Câmara e mostramos que era feito uso indevido do local, até porque toda estrutura desse vestiário (que foi demolido) não tinha alvarás e a água e a luz existiam porque as ligações eram clandestinas”, explicou Eveline.

    Alambrado apresenta problemas – espaço será revitalizado como um todo