O encontro dos prefeitos, vice-prefeitos e secretários dos seis municípios que integram o programa Cidades Parceiras, sediado em Jundiaí nesta sexta-feira (25), no Paço Municipal, conseguiu atingir todas as expectativas, segundo avaliação unânime dos participantes.

Esse modelo de discussão conjunta dos problemas municipais e compartilhamento de soluções bem sucedidas é único em todo o Brasil, e conta com a assessoria técnica do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal – Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam.

O resultado da reunião foi a definição de uma pauta de reivindicações conjunta, envolvendo problemas pontuais em segmentos como a saúde, educação e transporte urbano, que será apresentada nos próximos dias para a bancada de deputados estaduais de São Paulo. Já ficou agendado novo encontro para o dia 10 de agosto, em São Caetano do Sul.

A reunião contou com as presenças dos prefeitos Ary Fossen (Jundiaí), Vitor Lippi (Sorocaba), Eduardo Cury (São José dos Campos), Barjas Negri (Piracicaba), e do vice-prefeito Walter Figueira Júnior (São Caetano do Sul). O prefeito Welson Gasparini, de Ribeirão Preto, que completa o grupo das “Parceiras”, não participou do encontro porque tinha compromisso agendado em Brasília. Gasparini, considerado pelo grupo como um dos principais incentivadores do programa, lamentou a necessidade de se ausentar da reunião.

Também participaram os secretários de Jundiaí , Juca Chaves Rodrigues (Saúde), Gustavo Leopoldo Caserta Maryssael de Campos (Casa Civil), José Antonio Parimoschi (Finanças) e Cícero Henrique (Governo e Comunicação Social), que coordenou os trabalhos, e, ainda, o vice-prefeito de São José dos Campos, Riugi Kojima, entre outros representantes municipais. O Cepam foi representado pelo seu presidente Felipe Soutello e por um grupo de técnicos.

O programa “Cidades Parceiras” surgiu como o objetivo de fomentar a troca de experiências administrativas entre municípios, e desde o ano passado já foram realizadas inúmeras reuniões entre prefeitos, secretários e técnicos, abrangendo vários segmentos como Finanças, Segurança, Comunicação, Educação, Administração Pública, entre outros. Agora, o trabalho entrou em nova fase, com a assessoria do Cepam. Felipe Soutello explicou que o Brasil não tem tradição em trabalho de parceria, por isso esse modelo das Cidades Parceiras é tão positivo. “E nos sentimos honrados em participar disso.”

Avaliação

O Cepam apresentou aos representantes municipais algumas sugestões de práticas administrativas e organizacionais, que podem facilitar a comunicação entre as prefeituras. Entre elas a criação de um “blog”, abrindo espaço para discussões dos problemas comuns, e ainda a criação de índices para avaliação e análise de desempenho.

Em seguida, os prefeitos iniciaram a discussão da pauta de reivindicações, que deverá ser apresentada para os deputados. O documento deu destaque para um tema que aflige todas as cidades participantes: saúde pública.

O prefeito Ary Fossen lembrou com propriedade que, mesmo sendo um assunto de grande importância para as cidades, pouco se ouve falar em Saúde no âmbito nacional. Já o prefeito Barjas Negri, que foi ministro da Saúde, definiu bem a situação: “A Saúde é o maior problema de todas as cidades e também o mais complexo”.

O prefeito de Sorocaba, Vitor Lippi, avaliou que cada vez mais os municípios estão injetando recursos na Saúde, principalmente no custeio hospitalar, por causa da escassez de recursos do Governo Federal. “Os hospitais estão quebrando por conta da falta de recursos”, frisou.

Para o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, o encontro atingiu todas as expectativas, pois definiu temas de grande interesse, como as dificuldades enfrentadas na Saúde, as dúvidas ainda existentes quanto ao Fundeb e a formação de gestores municipais.

O vice-prefeito de São Caetano do Sul, professor Walter Figueira Júnior, disse que sua cidade terá grande satisfação em sediar a próxima reunião do programa “Cidades Parceiras”. “Estamos percebendo um crescimento na produtividade dos trabalhos. Começamos com a discussão de temas, e agora já estamos indo à ação para atingirmos nossos objetivos”, completou.

A pauta de reivindicações foi fechada com os seguintes itens: financiamento para custeio de hospitais, definição de competências na área da saúde (o que é responsabilidade do município, do Estado e da União), abertura do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para os municípios, transporte urbano e Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb).