O Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) da Secretaria de Saúde de Piracicaba localizou seis trabalhadores em situação análoga a escravidão em uma empresa de reciclagem no bairro Santo Antonio. Após denúncia feita ao telefone 156, a equipe de fiscais do órgão foi ao local e constatou que os profissionais dormiam em um ônibus e um contêiner em meio ao lixo e resíduos da empresa.

A ação foi realizada no dia 27 de agosto e divulgada nesta quinta-feira (3) pelo Cerest. Segundo o técnico em segurança do trabalho Marcos Hister, entre os trabalhadores há três haitianos que trabalhavam sem registro na empresa de reciclagem. “Estou surpreso com o desrespeito e o deboche, pois após nossa ação foi colocado uma placa de 'aluga-se dois cômodos' no ônibus”, afirma o técnico em segurança.

Segundo o profissional, as condições na qual os trabalhadores foram encontrados são “desumanas”, incluindo falta de sanitários e espaço adequado para as refeições. Os trabalhadores foram levados para hotéis e depois para uma residência na Pauliceia e o Cerest acompanhou a regularização da situação trabalhista dos profissionais sem carteira assinada.

Notificado, o proprietário da empresa de reciclagem sanou as irregularidades e não será multado, segundo o Cerest. “Esse é um problema sério que temos visto ocorrer em todo o país e não podemos permitir. Nosso trabalho é rigoroso e sempre iremos agir quando houver qualquer denúncia desse tipo”, alerta Clarice Bragantini, coordenadora do Cerest.