A Central de Vagas da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) tem 729 jovens com perfil para aprendizagem em empresas do município. Em 2023, 133 foram inseridos no mercado de trabalho ou nos cursos de preparação, realizados em parceria com o Instituto Formar e o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), programas que atendem a Lei 10.097/2000 do Aprendiz.
De acordo com o IDEB – Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego, com base nas informações do eSocial, Piracicaba tem potencial de 3,3 mil contratações de aprendizes. “A aprendizagem é uma das principais ferramentas de combate ao trabalho infantil; é uma oportunidade de formação profissional em atividades formais e mais seguras e porta de entrada para o mercado de trabalho”, pontua Euclidia Fioravante, secretária da Smads.
A inserção dos jovens aprendizes nos programas de aprendizagem ocorre conforme demanda de vagas solicitadas por empresas parceiras. Os jovens, estudantes ou que tenham concluído o ensino médio, com ou sem deficiência, em situação de vulnerabilidade, aptos à aprendizagem profissional são identificados por meio dos atendimentos e acompanhamentos dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), para inscrição na Central.
LEI – Karina Dobri, assistente social do Formar, explica que por lei as empresas têm cotas para contratação de aprendizes em seu quadro de colaboradores. “Os inscritos, com idade entre 16 e 19 anos são chamados no Formar, conforme liberação de vagas; além da vaga de trabalho, os aprendizes também são qualificados com cursos gratuitos nas áreas de administração, produção e varejo que complementam, teoricamente, suas atividades práticas desempenhadas nas empresas”.
COMO FAZER – Para ingressar no Programa de Aprendizagem, os jovens devem estar regularmente matriculados a partir do 9º ano do Ensino Fundamental ou ter concluído o Ensino Médio e estudar em período que não conflite com as atividades do programa de aprendizagem. A prioridade é dada aos encaminhamentos realizados pelos Cras ou Creas do território de moradia das famílias, mas as inscrições também podem ser realizadas através dos sites (https://www.institutoformar.org/ e https://portal.ciee.org.br/).
Como aprendiz, Laura Dias Lopes, 19 anos, conta que ingressou pela Central de Vagas. “Em menos de dois meses, já comecei. Iniciei na formação e depois na aprendizagem profissional. O curso no Formar e o trabalho na empresa estão interligados, um complementa o outro. Atuo na Frias Neto Consultoria de Imóveis, no setor Jurídico, na parte do cadastro e análise de documentos. Essa vivência está agregando conhecimento e boas oportunidades, por conta de adquirirmos experiência profissional. É um começo que abre portas. No futuro, quero continuar trabalhando na área Administrativa, pois gostei bastante ou, também, na área da Qualidade”, contou.
Nicolas Pereira Capitulino da Silva, 18 anos, percorreu o mesmo caminho. “Assim que entrei no Formar fiz a formação e já comecei a fazer as entrevistas de emprego e o curso de aprendizagem. Consegui ingressar na Oji Papéis Especiais no começo de 2023 e está sendo bem legal, lá atuo na área de Logística. A prática na empresa e a teoria no Formar funcionam muito bem, agora, por exemplo, estamos estudando logística, justamente o setor que trabalho, então conhecer um pouco mais é muito bom”, disse.
AÇÕES – Visando reforçar a informação sobre a aprendizagem para adolescentes e jovens, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Vila Sônia promove mensalmente, oficinas de orientação e inscrição de novos jovens aprendizes na Central de Vagas. O encontro realizado este mês reuniu mais de 20 pessoas entre jovens e seus responsáveis.
Rafael Diego Fraga, 16 anos, é estudante do ensino médio e participou da ação, onde recebeu orientações sobre a aprendizagem no Instituto Formar e fez a sua inscrição para a Central de Vagas. “Estou ansioso para trabalhar e aprender sobre a área administrativa.
Maria Eloisa Camargo, também de 16 anos, acompanhou a ação. “Acabei de fazer a minha inscrição e espero conseguir uma vaga na aprendizagem”, disse.
Noemi Lopes, coordenadora do Cras Vila Sônia destaca que este é mais um recurso de encaminhamento para fortalecer as famílias que necessitam da proteção social proporcionada pela política de Assistência Social.
Segundo a secretária da Smads, Euclidia Fioravante, o trabalho em rede permite uma articulação eficaz, como o reconhecimento das organizações da sociedade civil que atuam com a aprendizagem profissional dentro da política da assistência social. “A partir disso, podemos identificar quantas e quais organizações conseguem contribuir com os jovens assistidos que já estão prontos a seguir uma trajetória de trabalho, além de proporcionar a oportunidade às famílias que aguardam o ingresso do seu jovem, em um programa de aprendizagem”, conclui.
Palavras-chave: Aprendiz; aprendizagem; Formar; CIEE; Smads; Central de Vagas.