Carnaval 2017 foi tecnicamente inviabilizado na gestão anterior
O vice-prefeito José Antonio de Godoy e os secretários municipais Rosângela Camolese (Cultura/Turismo), José Admir Moraes Leite (Finanças), Miromar Rosa (Chefe de Gabinete/Comunicação) e Milton Sérgio Bissoli (Procuradoria) receberam na noite de ontem, 5, representantes de escolas de samba de Piracicaba. Na reunião, foram apresentados fatores técnicos e jurídicos que não permitirão a realização do desfile de rua este ano.
Os presidentes das escolas de samba Acadêmicos do Caxambu, José Luiz Ganino, da Amigos da Rua do Porto, Paulo Henrique da Silva, da Ekyperalta, Cássio Marcelo Silveira, da Estrela de Prata, Wilson Berto, e o vice-presidente da Unidos da Cidade Alta, André Luiz Fonseca, entenderam os problemas apresentados pela Administração e a decisão de não realizar o desfile em 2017 foi tomada por consenso.
Diante dos fatos apresentados, os presidentes das escolas de samba se mostraram surpresos. Eles acreditavam que todo o processo estava em ordem e lamentaram o tempo perdido durante o ano passado. Disseram também que poderiam realizar o desfile, mas que sem a premiação ficou impossível.
De acordo com Godoy, o Carnaval em Piracicaba esteve na pauta das reuniões dos primeiros dias da gestão do prefeito Barjas Negri, que se mostrou preocupado e pediu que fosse chamada essa reunião. Godoy ressaltou, ainda, que a proposta era de ouvir o que os presidentes estavam pensando sobre o tema. Ele também destacou o corte de R$ 65 milhões no Orçamento deste ano por causa da crise.
A secretária Rosângela disse que, ao aceitar acumular a função das duas pastas – Cultura e Turismo – o prefeito Barjas Negri explicou que estava preocupado com o desfile das escolas de samba e pediu que, logo na primeira semana de trabalho, tomasse conhecimento da questão do Carnaval 2017, porque até o final do ano passado as licitações da infraestrutura e o projeto de subvenção ficaram apenas no papel.
Anteontem, a secretária da Ação Cultural e Turismo apresentou ao prefeito um relatório completo da situação, demonstrando que “tecnicamente” o Carnaval 2017 foi inviabilizado no ano passado. O custo direto, ou seja, somente da Secretaria de Turismo, estava em R$ 800 mil. Porém, faltavam contabilizar novas despesas e os custos indiretos das demais pastas que apoiam o evento: Trânsito, Guarda Municipal, Meio Ambiente, Comunicação, Saúde, Ação Cultural entre outras.
O vice-prefeito Godoy, que foi o coordenador da transição, reforçou que, no final do ano, já havia se reunido com os representantes das escolas de samba e demonstrado preocupação com o tema. Para ele, o maior receio era, na época (novembro e dezembro), com a demora do projeto da subvenção e das licitações da infraestrutura. Além disso, Godoy salientou novamente que não era intenção da nova gestão fazer um carnaval pífio, porque todos iriam cobrar da Prefeitura falta de infraestrutura e fazer críticas às escolas pela fraca qualidade dos desfiles. De acordo com Rosângela, todas as licitações da infraestrutura – carros de som, sonorização do desfile, arquibancadas e outras – não tiveram autorização da Administração no ano passado para realização dos certames. Além disso, a promessa de aumentar a premiação, tendo em vista a glosa do Tribunal de Contas do Estado em não permitir o repasse às agremiações carnavalescas, está apenas no papel. O PL não foi encaminhado à Câmara, que retoma suas atividades a partir de 1º de fevereiro.
O procurador-geral do município, Milton Sérgio Bissoli, ratificou a fala da secretária e disse que não há tempo hábil para realizar as licitações. “Não há meios técnicos ou jurídicos para realizar o Carnaval de rua este ano”, reforçou.
Segundo a secretária, tecnicamente, a realização do Carnaval inviabilizou-se. Para ela, a não realização do Carnaval 2017 dará fôlego para a Prefeitura organizar melhor o desfile do ano que vem, pois as licitações da infraestrutura serão realizadas em tempo hábil e se dará tempo também para buscar uma alternativa para garantir recursos públicos para as escolas na organização de seus desfiles.
Organização do Carnaval 2018 começa na segunda, 9/01
O Carnaval 2018 começa a ser pensando já na segunda-feira, 9/01. Foi criado um grupo de trabalho que se reunirá com a secretária da Ação Cultural e Turismo, Rosângela Camolese, no Engenho Central.
O encontro foi agendado na reunião de quinta-feira, 5/01, da qual participaram José Luiz Ganino (Acadêmicos do Caxambu), Paulo Henrique da Silva (Amigos da Rua do Porto), Cássio Marcelo Silveira (Ekyperalta), Wilson Berto (Estrela de Prata) e André Luiz Fonseca (Unidos da Cidade Alta).
Ao longo do ano, as escolas de samba, em parceria com a Administração, realizará eventos em prol do Carnaval 2018. Rosângela também informou que pretende apresentar às escolas projetos de capacitação para seus integrantes. “O Carnaval é a maior festa popular do Brasil e não seria diferente em Piracicaba. Está na alma do brasileiro. É uma ação cultural, portanto é pertinente a busca de recursos por meio de leis de incentivo à cultura por renúncia fiscal. Estaremos tentando arduamente nesse sentido”, ressaltou a secretária.
