Com o objetivo de promover o bem estar animal através do Enriquecimento Ambiental, a equipe do Zoológico, promoveu mais uma ação no último sábado: a Pascoa dos bichos.
Com clima de festa, ovos feitos com argila e pintados com tintas (ambas não tóxicas), recheados de carne e frutas, de acordo com o hábito alimentar e o tamanho de cada espécie, foram distribuídos para os habitantes do Zôo.
Segundo a veterinária Marianna Ricciardi Curi, a "Páscoa dos animais” atrasada do Zôo foi proposital para não ter vínculo com nenhuma religião e também para que as pessoas, que tinham compromisso com suas famílias no feriado, participem da entrega dos ovos.
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL
Na prática o enriquecimento ambiental consiste na introdução de variedades criativas nos recintos a fim de contribuir com o bem-estar dos animais cativos, criando um ambiente interativo que permita ao animal de cativeiro apresentar um comportamento natural, preocupando-se com a necessidade fisiológica (crescer e reproduzir-se livre de doenças e ferimentos), psicológica (conforto, livre de medo e fome) e comportamental (manter o animal em um ambiente próximo ao natural). Porém, é de suma importância ressaltar que o tipo de enriquecimento utilizado deve ser apropriado a espécie em questão, para garantir não só a segurança dos animais como do público. Sendo assim, as diferentes técnicas de enriquecimento utilizadas podem ser divididas em cinco grandes grupos:
FÍSICO
Está relacionada à estrutura física do recinto, ao ambiente onde os animais estão inseridos. Desta maneira consiste na introdução de aparatos que deixem os recintos semelhantes ao habitat de cada uma das espécies. Para tal podem ser inseridas vegetações, diferentes substratos (como terra, areia, grama ou folhas secas), estruturas para se pendurar ou se balançar (como cordas, troncos ou mangueiras de bombeiro) entre outros.
SENSORIAL
Amplamente utilizado este tipo de enriquecimento consiste na estimulação dos cinco sentidos dos animais: visual, auditivo, olfativo, tátil e gustativo. Sons com vocalizações, ervas aromáticas, urina e fezes de outros animais (com acompanhamento periódico, através de exames coproparasitológicos) são exemplos de enriquecimento ambiental sensorial.
COGNITIVO
Dispositivos mecânicos (“quebra-cabeças”) para os animais manipularem são maneiras de estimular suas capacidades intelectuais.
SOCIAL
Consiste na interação intra-específica ou inter-específica que pode ser criada dentro de um recinto. Os animais têm a oportunidade de interagir com outras espécies que naturalmente conviveriam na natureza ou com indivíduos de mesma espécie.
ALIMENTAR
Na natureza, quando estão com fome os animais precisam procurar pelo seu próprio alimento, vivendo desta maneira em um ambiente amplamente dinâmico; porém em ambientes cativos eles têm seus alimentos oferecidos diariamente, o que lhes assegura a sobrevivência.
O enriquecimento é importante, pois proporciona uma atividade maior ao animal, diminui comportamentos não naturais (arrancar penas, roer grades, comer fezes), diminui o estresse, o que facilita o manejo pelo tratador e reduz a ocorrência de doenças, além de proporcionar um interesse maior do visitante pelo animal.
Alimentos que não constam na dieta habitual do cativeiro podem ser oferecidos aos animais esporadicamente, como frutas da época, por exemplo. Variações na maneira como estes alimentos são oferecidos (inteiros, escondidos ou congelados), na frequência (diariamente ou não) e no horário (manhã, tarde ou noite) são maneiras de se enriquecer animais em zoológicos.
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