Banda pode se apresentar em Instiuições, mediante solicitação, como no Lar Betel, que foi duas vezes este ano
A Banda da Guarda Civil comemora no próximo domingo, 04/09, 20 anos de criação. Formada por GCs da ativa e aposentados e por alguns convidados, se apresenta em diferentes eventos e, desde sua criação, feita mediante decreto 9989/02, teve diversas formações e maestros. Reativada neste ano após dois anos de pandemia, conta com a coordenação do guarda-civil e músico graduado M. Souza.
Seu retorno foi marcado pela apresentação no aniversário da Guarda Civil, celebrado em abril, e pela inserção de vocalista e instrumento de cordas, além da formação da Banda B, que reúne novos integrantes, a maioria deles novatos na música e que passam a conhecer notas e instrumentos musicais a partir do ingresso no conjunto. Atualmente, entre integrantes da Banda A e da Banda B são 30 pessoas envolvidas.
Após a reativação, a Banda já se apresentou em escolas municipais e estaduais, instituição de longa permanência, no Tiro de Guerra e aniversários da cidade e da Estação da Paulista. Na próxima semana, se apresenta nas comemorações da Semana da Pátria, Bicentenário da Independência do Brasil e abertura da cápsula do tempo da Escola Estadual Sud Mennucci, no dia 05/09, às 8h, e também no desfile de 7 de Setembro, que este ano acontecerá na avenida Independência, entre as ruas 13 de Maio e Moraes Barros.
Para ensaio e ampliação do repertório, os integrantes se reúnem todas as quartas-feiras, à tarde, no Tiro de Guerra. Os integrantes da Banda A, que são os músicos que participam das apresentações públicas, ensaiam e ampliam o repertório. Os integrantes da Banda B, que estão em aprendizado, se reúnem para terem aulas de música com o coordenador e maestro da Banda.
Dentre a inovações após a retivação estão instrumentos de corda e cantor
HISTÓRIA – Criada em 2002, a Banda fez sua primeira apresentação oficial durante XIV Congresso Nacional de Guardas Municipais, realizado em Piracicaba em 2003 e que reuniu corporações irmãs de 141 municípios de 18 estados brasileiros. Depois disso, a Banda apresentou-se, entre seus períodos de atividade e inatividade, em diversos eventos cívicos em Piracicaba, mas também em outros municípios, como Salto, Salto, Limeira, Estiva Gerbi, Rio Claro e Campinas.
M Souza e Cerqueira durante as aulas
No começo, quase todos os integrantes não sabiam tocar um instrumento e aprenderam com o então maestro Levi, lembram o inspetor Osvaldo e o GC Nivaldo, 41 e 44 anos de Guarda, respectivamente, e que estão na Banda desde sua criação.
"No começo não foi nada fácil porque tinha que fazer aula de música e aprender a técnica do instrumento e a gente não tinha conhecimento nenhum e ainda tínhamos que conciliar o estudo com o trabalho e a família, mas seguimos em frente. Estou na Banda até hoje e é algo que gosto de fazer. É muito gratificante", frisa Nivaldo, que toca clarineta.
Nivaldo (do meio) acha a participação na banda gratificante
"Aí a gente começou a aprender música, ler partitura. A Banda foi evoluindo, teve diferentes maestros até chegar ao M. Souza, que é um dos melhores que tivemos. É líder, é músico, sabe conversar com as pessoas. Quando vamos aos locais, as pessoas adoram nossas apresentações e sempre querem que a gente volte. É música né, quem não gosta de música? A Banda, atualmente, está numa fase maravilhosa, a melhor se formos ver. Hoje temos, inclusive, cantor e instrumento de cordas e isso está sendo um diferencial", relata Osvaldo
Osvaldo está na Banda desde sua criação
O NOME – Chamada de José Romário de Oliveira França, ela foi assim denominada por meio da lei 5245/2003, para homenagear integrante da Banda que foi morto em serviço em 28/11/2002, em emboscada na rua Fernando Lopes, no bairro da Pauliceia, onde, no meio da tarde, uma viatura foi alvejada, ferindo um dos GCs e matando o outro. A Banda, muito emocionada, tocou no seu velório.
OUTRO PARADIGMA – A existência de uma Banda na corporação quebra paradigmas sobre o papel da Guarda, como afirma seu coordenador, M. Souza. "As crianças começam a ver GC de uma forma diferente quando nós nos apresentamos nas escolas. Há uma quebra do paradigma de que os Guardas só punem. Eles descobrem que nós também produzimos cultura. É algo gratificante para quem nos ouve e para nós mesmos".
M Souza, que além de maestro e coordenador, toca saxofone
Esta mudança de paradigma, inclusive, é o motivo do apoio do comandante Sidney Miguel da Silva Nunes à reativação efetiva da Banda. "Nós apoiamos a Banda porque acreditamos que a Guarda Civil, além do trabalho de segurança, deve ter uma relação com a sociedade que não inspire medo, mas sim confiança. É uma forma de desmistificar o papel meramente punitivo que o senso comum inspira nas pessoas. Guarda Civil é uma parceira da sociedade e promove, também, cultura."
BANDA B – A criação da Banda B aconteceu este ano, após a Banda ser efetivamente reativada e novos GCs se interessarem a tocar na Banda. Eles também ensaiam no Tiro de Guerra às quartas-feiras. Os GCs Cerqueira e S. Almeida são desta turma nova. "Eu sempre tive vontade de tocar um instrumento musical e o M. Souza se prontificou a me ensinar. Estou há um mês e meio tendo aulas com ele e com o GC Fabrício e gostando muito", disse S. Almeida.
O GC Cerqueira também começou na Banda B e agora está a caminho da A e frisa que a Banda traz ânimo para a tropa. "Eu acredito no potencial da Banda em qualquer corporação. A Banda traz um ânimo para tropa, ela traz a vibração para o integrante da corporação, além da beleza e honraria que traz para Guarda. A Guarda de Piracicaba ter uma banda é maravilhoso. Eu acho que ela deve ser cada vez mais incentivada, permitindo que mais guardas possam participar", afirma Cerqueira.