A Prefeitura de Piracicaba, mesmo diante de um cenário de crise econômica, propôs a reposição salarial dos servidores públicos em 100% da inflação. O reajuste de 4,59% seria feito integralmente em julho ou em duas parcelas – sendo 2,30 % em março e 2,29% em setembro. No entanto, em assembleia realizada na segunda-feira, 03/04, a categoria não aceitou a proposta e decidiu pela greve, marcada para sexta-feira. A Prefeitura reforça a importância dos servidores municipais – que hoje somam 7.403 – e espera que eles, em sua maioria, mantenham o trabalho normalmente, já que a paralisação dos serviços traria prejuízos à população.
Por isso, por meio do Centro de Comunicação Social (CCS), a Prefeitura elaborou dois comunicados, na tentativa de sensibilizar os servidores de que a greve, neste momento, é prejudicial a todos.
Em comunicado, a Prefeitura informou que, nos últimos anos, a Administração vem gastando mais do que arrecada. Em 2015, o déficit foi de R$ 72,3 milhões; em 2016, foi de R$ 55,9 milhões e, para este ano, a previsão é de R$ 65,1 milhões. Enquanto as empresas piracicabanas demitiram 10.429 funcionários, por conta da crise econômica, a Prefeitura contratou 611 novos servidores. Dessa forma, somente com gastos com pessoal e encargos, os valores passaram de R$ 331,1 milhões, em 2012, para R$ 538,2 milhões em 2016. Um aumento de 62,5%, bem acima do aumento da receita, que foi de 35,5%. A para 2017, o cenário não é animador, já que o Orçamento aprovado pela Câmara Municipal é de R$ 550,6 milhões: mais R$ 12,5 milhões (2,32% de aumento, a metade da inflação do período: 4,59%).
A Administração reforça que tem feito sua parte para evitar atraso nos pagamentos de servidores e dos prestadores de serviços, adequando suas finanças com ações como corte de investimentos, serviços terceirizados, horas extras, viagens, cancelamentos de novas obras, redução na contratação de comissionados, entre outras medidas.
De acordo com a Prefeitura, o aumento de 4,59% vai implicar em novos cortes de despesas da Prefeitura, já estimado em mais de R$ 10 milhões, isso sem contar que a Prefeitura tem que equacionar as dívidas de R$ 20,9 milhões com os hospitais Santa Casa e Hospital da Cana, por serviços realizados e não pagos em 2015 e 2016.
BUSCA POR INFORMAÇÕES – Nos últimos dias, a Secretaria Municipal de Administração (Semad) têm recebido centenas de consultas por telefone e e-mail sobre os descontos nas folhas de pagamento dos servidores caso a greve seja deflagrada na sexta-feira. De acordo com nota da Semad, a paralisação trará prejuízos eminentes a toda a população de Piracicaba e, principalmente aos próprios servidores, em decorrência do descontos dos dias em que acontecer a paralisação, conforme sentença do STF (Superior Tribunal Federal).
Como exemplo, a Semad informa que, considerando 3 (três) dias de greve do servidor que tem seu salário base na ordem de R$ 1.764,92 por mês, as perdas seriam de R$ 573,05. Já o servidor com salário base na ordem de R$ 2.066,68 por mês, o desconto dos três dias não trabalhados chegará a R$ 641,50.