A Associação Viva a Vida, que atende mulheres mastectomizadas, em decorrência do câncer de mama, recebeu ontem (23/08) o nome de sua fundadora, Wilma Godoy de Almeida. Em uma cerimônia alegre e emocionante, a homenageada foi enaltecida por todas as que a conheceram. Seu trabalho junto à instituição foi evidenciado pela determinação, espirituosidade e senso de realidade ao contribuir para a superação do trauma das mulheres que têm de retirar a mama para eliminar a doença.

O prefeito Barajs Negri falou sobre a “singela homenagem que perpetua o nome de uma mulher que tanto se dedicou à causa”. Destacou o fato de o câncer de mama ser um problema mundial, com alto impacto na vida das famílias. “Para as mulheres, o câncer de mama, para os homens, o de próstata. Por isso precisamos continuar trabalhando juntos para superarmos os problemas decorrentes dessas doenças. E o serviço voluntário, como esse do Viva a Vida é fundamental para que tenhamos uma melhor qualidade de vida”.

Dr. Pedro Mello, secretário de Saúde, destacou a grandeza do trabalho de dona Wilma. “Ela era uma santa e esse serviço que ela prestava era uma demonstração de amor ao próximo”. Ele observou ainda que a cidade passa por uma grande transformação no sentido de ampliar a qualidade dos serviços de saúde, especialmente dos cânceres. “Com o Hospital do Amor, da Associação Ilumina, teremos um serviço direcionado para essa doença, no sentido de ampliarmos a prevenção, evitando assim que a maioria dos diagnósticos seja feito apenas na fase avançada da doença, como acontece hoje, o que ampliará imensamente as chances de cura”.

Fundada em 1988, a Viva a Vida, que completou 30 anos de funcionamento ininterrupto, realiza também um trabalho preventivo contra o câncer de mama. Em seu quadro de voluntários estão profissionais médicos, psicólogos, terapeutas e assistentes sociais. Boa parte da receita para custeio vem do brechó, que funciona na própria sede (rua José Pinto de Almeida, 824), e de atividades diversas, como rifas, bingos, etc. A sede da entidade fica em um prédio da prefeitura, mas toda a reforma da unidade foi feita com recursos oriundos da rifa de um carro, como explicou o vereador Capitão Gomes, autor da propositura de denominação, junto com o vereador Dirceu Alves. “Foi um esforço gigantesco para vender os números, mas conseguiram, e graças a esse trabalho coletivo o prédio está assim, bonito e bem estruturado”, disse o Capitão.

A presidente da entidade, Vera Cruz de Figueiredo dos Santos, destacou todos os aspectos que fazem da Viva a Vida uma referência na cidade. “Temos contado com muita gente que nos ajuda e que garante nossa continuidade. No entanto, a cidade, como um todo, ainda não sabe da nossa existência e precisamos da ajuda de todos vocês para essa divulgação”. Ela observou que em outubro, quando acontece em todo o Brasil as campanhas de conscientização e de prevenção ao câncer de mama, a entidade pretende fazer 500 exames de mama. A filha de dona Wilma, Kátia Godoy de Almeida Marques, recordou que a Viva a Vida era a menina dos olhos de sua mãe. “Essa entidade era a vida dela. Mesmo com todas as homenagens que recebeu em vida pelo trabalho, ela costumava falar que não se tratava de uma missão decorrente da vaidade, mas sim, porque ela sabia do drama de cada uma das mulheres que buscava sua ajuda sofria. 'Elas sentem dor, elas precisam de cuidados médicos e de remédio', enfatizava”.

WILMA GODOY DE ALMEIDA – Diagnosticada com câncer aos 35 anos, numa época em que a doença era vista como um mal sem cura, nos anos 60, ela não só venceu a doença como também tirou da experiência forças para ajudar outras mulheres mastectomizadas. Pelo menos 4.000 mulheres com câncer de mama já passaram pela instituição ao longo de seus 30 anos de existência. Wilma morreu aos 84 anos, no dia 14 de julho de 2016 e a instituição Viva a Vida ganhou seu nome pela Lei 8.950, de 18 de junho de 2018, de autoria do vereador Capitão Gomes.