Os personagens-símbolos da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite Zé Gotinha e Maria Gotinha desfilam nesta quinta-feira (01), das 9 às 11h30, pelas ruas de Piracicaba com o objetivo de divulgar a campanha.

O desfile sairá da sede da Vigilância Epidemiológica Municipal, na Rua do Trabalho, em seguida percorrerá as principais avenidas da Vila Rezende, depois o Centro Cívico, a avenida Dr. Paulo de Moraes, rua Governador Pedro de Toledo e avenidas Armando de Salles Oliveira e Independência, retornando à Vigilância Epidemiológica. O roteiro prevê a passagem do Casal Zé e Maria Gotinha no carro do Corpo de Bombeiros em frente de escolas infantis da região central para chamar a atenção das crianças e responsáveis sobre a importância de se vacinar contra a paralisia infantil.

Em Piracicaba, em virtude da grande extensão da área rural, a Campanha é realizada em dois sábados consecutivos e está programada para ocorrer no dia 03 de junho na Zona rural e dia 10 de junho, no perímetro urbano. A meta é vacinar 95% da população de 29.659 crianças menores de cinco anos existentes no município, o equivalente a 28.176 crianças nessa faixa etária.

Neste sábado (03), na zona rural, a vacina será oferecida em 34 postos fixos e 13 equipes estarão percorrendo fazendas, sítios, usinas e igrejas a fim de garantir que nenhuma criança deixe de receber a dose da vacina contra a paralisia infantil. A Expectativa é imunizar em torno de 1.100 crianças nessa área do município.

Além da vacina Sabin, nos postos fixos está programada a multivacinação com o objetivo de atualizar a situação vacinal das crianças que estiverem em atraso com o calendário. Serão oferecidas doses da vacina tetravalente (contra difteria, tétano e coqueluche Haemófilos influenzae-b), a vacina SCR( contra sarampo, caxumba e rubéola), hepatite B e Tríplice Viral.

Na área urbana, 83 postos distribuídos pela cidade entre Unidades Básicas de Saúde (UBS) e do Programa de Saúde da Família (PSF), escolas estaduais, hipermercados, shopping, Corpo de Bombeiros estarão abertos para oferecer a vacina no dia 10 de junho, em horários variados do dia.

De 5 a 9 de junho, a Secretaria Municipal de Saúde estará oferecendo a vacina contra a paralisia infantil em todas as creches e pré-escolas públicas e particulares da área urbana do município. A iniciativa faz parte de um conjunto de estratégias para avançar na cobertura vacinal dessa população.

De acordo com o setor de imunização da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM), a primeira fase da campanha de 2005 atingiu 91,3% da meta. A cobertura para crianças na faixa etária de zero a um ano ficou em 99,6%, enquanto que a vacinação das crianças com idade entre um e quatro anos chegou a 90%.

Já na segunda fase da campanha do ano passado, a medida adotada de reforçar a vacinação nas escolas de educação infantil se revelou vitoriosa, possibilitando que depois de cinco anos, o município atingisse a meta de 95% de crianças vacinadas.

Segundo a coordenadora de Imunização, Leni Dellamuta Melo, este ano a estratégia será adotada já na primeira etapa e assim garantir maior número de cobertura. “Apesar de a doença já estar erradicada no Brasil desde 1989, o vírus continua circulando no mundo e já reapareceu em alguns países e especialistas em saúde pública se revelam preocupados nesse sentido”, disse.

Em notícia divulgada pela agência da Fapesp este mês, o médico Ciro de Quadros, diretor do Instituto de Vacinas Albert Sabin, em Washington, nos Estados Unidos, afirmou estar preocupado com os recentes casos de pólio que surgiram na África. Segundo Quadros, o problema maior está na Nigéria, onde um governador de um estado nigeriano decidiu, por questões religiosas, cancelar o programa de vacinação contra a doença, o que fez com que ela se espalhasse para outros países africanos.Ainda em entrevista à agência, o médico disse que um dos maiores desafios atuais é eliminar doenças como poliomielite, sarampo, rubéola e malária. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu que a meta para erradicar a poliomielite seria 2005, o que não ocorreu. De acordo com o especialista, o programa global de erradicação sofreu falta de recursos. Além disso, outro agravante é o fato de a doença estar atingindo países altamente populosos, como a Índia e o Paquistão.