Cerca de 3.700 crianças das 46 escolas de E.F. deverão passar pelo teste

A Secretaria Municipal de Educação (SME), a ArcelorMittal (Projeto Ver e Viver) e a Secretaria Municipal de Saúde, iniciaram a aplicação do teste de acuidade visual em todos os alunos do 1º ano, com seis anos de idade, do Ensino Fundamental da Rede. Cerca de 3.700 crianças de 46 escolas deverão passar pelo teste.

O Ver e Viver foi aderido pelo município em 1999 com o objetivo de diagnosticar problemas de visão em crianças das escolas públicas municipais, do ensino fundamental I. Nesta fase da vida escolar problemas visuais podem interferir no processo de ensino-aprendizagem, por isso a importância da detecção precoce.

A triagem na Rede Municipal de Ensino, iniciada em abril, tem sido executada nas unidades escolares pelos agentes de saúde do Setor de Saúde do Escolar da SME, por orientadores de alunos e professores. As crianças com dificuldades de visão são encaminhadas para a consulta oftalmológica na Clínica de Olhos de Piracicaba.

De acordo com o oftalmologista Paulo César Gaiotto, durante a consulta é possível observar se a criança precisará usar óculos, se possui alguma doença nos olhos, como a catarata, ou problemas nas córneas. “A nossa visão completa o desenvolvimento quando chegamos aos sete anos de idade. Se a criança já tem um problema antes dos sete, é possível corrigir com óculos, tampão ou cirurgia. Assim, na fase adulta ela enxergará bem e igualmente com os dois olhos. O diagnóstico precoce previne a cegueira no futuro”, explica. No término na consulta, o diagnóstico é passado aos pais que já saem com a receita dos óculos, caso a criança necessite. As consultas acontecem às terças-feiras no período da tarde.

O oftalmologista Paulo César Gaiotto na Clínica de Olhos

As colegas de sala Audara Domingues e Vitoria da Cruz, 6, da Escola Municipal Professor Luis Cláudio Alves, aguardavam ansiosas pela consulta oftalmológica. Ambas têm dificuldade em enxergar as letras na lousa em sala de aula. Elas garantiram cuidar bem dos óculos, se realmente precisarem deles.

Já a aluna da Escola Municipal Professora Antonia Benedito Eugênio, Rebeca Molinari, 6, disse também ter dificuldades em enxergar o que a professora escreve na lousa, e as imagens da TV têm ficado distorcidas. “Quero usar uns óculos bem lindos nas cores rosa e roxo, minhas preferidas”, afirmou.

Milena Barbosa, mãe da aluna Daniela Soares Barbosa, 6, da Escola Benedito de Andrade, contou que nunca havia percebido que a filha estava tendo dificuldades em enxergar. “Se ela não tivesse passado pela triagem na escola, não teríamos detectado o problema. É muito importante cuidar disso agora para que o aprendizado não seja prejudicado. A parceria público-privada é muito interessante e estão todos de parabéns”, ressalta.

TREINAMENTO – Na manhã do dia 17/05, 38 orientadores de alunos e 2 diretores receberam um treinamento para a realização de triagem de acuidade visual nas escolas de ensino fundamental. As orientações foram passadas por Eliane Santa Cruz Santos, enfermeira da Unidade de Saúde de Anhumas.

Segundo ela, a importância de realizar o teste nos alunos desta faixa etária, 6 anos, é a questão do aprendizado. “Quando eu já identifico precocemente um problema visual, eu garanto que esse aluno irá compreender tudo o que foi abordado em sala de aula, aprimorando o aproveitamento dele, a assiduidade, enfim. Tudo acaba melhorando nesse aspecto”, explica. Os profissionais capacitados poderão repassar o treinamento nas unidades escolares que trabalham.

Rebeca Molinari, Audara Domingues e Vitoria da Cruz, alunas da Rede Municipal

Milena Barbosa, mãe da aluna Daniela Soares Barbosa