A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria de Saúde, segue com intenso trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Além das ações de rotina já executadas pelo PMCA (Programa Municipal de Combate ao Aedes), como mutirões, arrastões e entradas forçadas em imóveis abandonados, por exemplo, o reforço agora vem das Unidades de Saúde da Família (USF). Desde o começo do ano, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) ampliaram sua atuação e também realizam, de segunda a sexta-feira, visitas às residências com foco na orientação a população sobre a dengue.
Nesta semana, o trabalho foi novamente ampliado na região Leste da cidade, onde se concentra mais da metade dos casos positivos de dengue na cidade: dos 784 casos confirmados na cidade entre 01/01 a 06/02, 440 foram somente nesta região, ou seja, 56% do total.
As ACSs da USF Eldorado 1 começam os trabalhos já cedo junto a população e, na manhã de terça-feira, 06/02, estiveram na casa da aposentada Angela Claudete Nalesso Pavinato, 65 anos, para uma visita surpresa. “Gosto quando as equipes do postinho vêm. Tenho minhas plantas e cuido bem delas, não deixo nada que possa acumular água para que o mosquito venha aqui e se reproduza. Aqui eu quero distância da dengue”, disse.
As agentes de saúde também estiveram na rua Campo Limpo Paulista, logradouro onde a maior parte dos moradores foi contaminada pela dengue, como é o caso da aposentada Sônia Maria Pereira Maestro, 76 anos. “É horrível ter dengue. Peguei há duas semanas, passei muito mal, a doença veio bem forte em mim e fiquei até de cama, mas hoje já estou bem. Tenho minhas plantinhas aqui e cuido para não ter mosquito, mas eu também converso com os vizinhos para que eles também façam a parte deles. É importante que as pessoas deixem os agentes de saúde entrem nas casas, vistoriem, passem um pente fino, olhem tudo, para não dar oportunidade do mosquito se reproduzir e contaminar um monte de gente igual aconteceu aqui na nossa rua”, alertou.
Moradora na mesma rua, Neide Lopes da Silva Paiva, 54 anos, lamentou o ocorrido na rua onde mora e agradeceu o trabalho das ACSs. “É aquela coisa que já sabemos, mas muitos ainda não entendem. Precisamos fazer a nossa parte, limpando as calhas, não deixando objetos que possam acumular água e se tornem um local de reprodução do mosquito. O Aedes quando vem com tudo pode causar muito estrago, como fez aqui na nossa rua com muita gente doente. Por isso o trabalho das agentes se faz importante”, afirmou.
Na região Oeste, mesmo não estando em situação alarmante para a doença, o trabalho dos agentes não para. O usuário da USF Jardim Vitória, o pedreiro Zerivaldo Mendes Cardoso, 61 anos, e morador da comunidade Nova Conquista recebeu a visita dos agentes de saúde e afirmou que não quer o mosquito da dengue dentro de sua casa. “Eu quero este mosquito bem longe, por isso nem plantas eu tenho. Mas é bom sempre conversar com o vizinho e alertar sobre os cuidados. As agentes de saúde estão nos orientando certinho e agradecemos toda a atenção que elas dão para nós. Já tive dengue, foi muito ruim. Não quero pegar de novo e não desejo que ninguém fique doente, por isso é muito importante receber nossos amigos agentes (de saúde) em casa”, reforçou.
Sônia Aparecida Rubia, 58 anos, moradora do Jardim Vitória, reforça que a prevenção é muito importante. “Já peguei dengue, tive muita dor no corpo e febre. Moro aqui há 39 anos e sempre peço à comunidade que apoie as ações da Prefeitura e também faça sua parte, cuidando bem das suas casas, limpando as calhas, tampando as caixas de água, os tambores que guardam água da chuva”, lembrou.
Apesar da correria do dia a dia, aos 50 anos, Regineide Rodrigues Viana, a Régia, que está há 28 anos no bairro e desde 2007 atua como ACS, enfatiza que cuidar da população do seu bairro é o que ela mais gosta de fazer, porém não é algo tão simples. “É um desafio diário, principalmente nas comunidades onde o fluxo de pessoas é bem grande, infelizmente. Precisamos dar uma atenção especial nestes espaços exatamente por isso, para que todos tenham a informação correta sobre as doenças e as devidas prevenções e tratamentos”.
Régia destacou que a USF Jardim Vitória mantém um vínculo muito positivo e importante com os moradores da região o que tem facilitado o acesso às famílias, às casas, para fiscalização e orientação sobre a dengue, porém ainda há muitas casas que não é possível vistoriar. “Nesta luta contra a dengue, o ACS tem um papel muito importante e tão fundamental quando o dos demais servidoras da unidade de saúde. Estamos e vamos continuar na luta contra a dengue diariamente”, concluiu.