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16º Fentepira continua neste domingo (28) e segunda (29)

Por Comunicação Social / Publicado em 26/11/2021
Tempo de leitura: 13 minutos.

A mostra oficial do 16º Fentepira (Festival Nacional de Teatro de Piracicaba), com apresentações de grupos da cidade, continua neste domingo (28), com os espetáculos Zuri e o Pé de Dendê, do Coletivo Peneiras, às 15h; e Cantos da Água em Estado Sólido, do Coletivo Aguaceiro, às 20h. Já na segunda-feira (29), também às 20h, a apresentação é da Cia. Espetequêra de Artes, com a peça Causos de Pescadô – Novos Causos. As exibições são online, no canal do Youtube do evento.

O 16º Fentepira é promovido pela Prefeitura de Piracicaba, por meio da Semac (Secretaria Municipal de Ação Cultural). A edição de 2021 possui a direção de produção de Leonardo Moraes e contou com a curadoria de Thais Dias e Roberto Rosa. Já os debatedores são Alexandre Mate, Caio Martinez e Paula Ibañez. Os 10 espetáculos que integram a mostra oficial foram gravados no Teatro Erotides de Campos (Teatro do Engenho).

Esses três espetáculos encerram a mostra oficial do 16º Fentepira, que reúne apresentações de grupos piracicabanos devido a proposta de apoio aos grupos locais durante a pandemia da Covid-19. A programação ainda contou com um espetáculo convidado para abertura (As Desventuras do Capitão Rabeca, da Damião e Cia) e outro que fará o encerramento nesta próxima terça-feira (30), às 20h: A Fé Que Acostumou a Falhar, do Núcleo Arsênico de Criações, de São José do Rio Preto/SP.

Zuri e o Pé de Dendê é uma adaptação livre do conto de fadas João e o Pé de Feijão. Na montagem, Zuri corre pelo navio negreiro em busca de sustento e liberdade, mas um encontro inusitado com Ossain faz com que ele participe de uma aventura entre um pé de dendê, gigantes e tesouros imensuráveis.

Zuri e o pé de dendê

A atriz Tiara Silva relatou a experiência do grupo com o tema. "O Coletivo Peneiras há alguns anos realiza pesquisas e projetos voltados ao tema afrobrasileiro, como os espetáculos Peneiras Conta Negritude e Bejide – Nos Prumos do Navegar. No caso de Zuri, ele é um espetáculo infantil que conta a aventura de uma criança da periferia com guerreiros e princesas da natureza, que são adaptações dos orixás. Todas essas montagens têm pesquisas baseadas em estudos históricos e oficinas culturais voltadas ao tema afro".

O objetivo, segundo a atriz, é resgatar a necessidade da sobrevivência da cultura e da história afro-brasileira "Especialmente diante de tantas barbaridades sociais que vem acontecendo, preconceito e, principalmente, em virtude da rica cultura ainda desconhecida por muitos pretos".

O coletivo faz uma adaptação de histórias europeias para lançar luz aos temas sociais e históricos brasileiros. "Fizemos uma adaptação poética. Mas quando pegamos um conto infantil e falamos sobre escravidão, tentamos informar um fato histórico e ao mesmo tempo emocionar, sensibilizar e fazer brotar, por pequena que seja, uma reflexão. Acreditamos que as crianças devem ser introduzidas dentro dessa temática desde cedo, principalmente as crianças pretas. Elas precisam saber de onde vieram seus antepassados para que possam ter o contato constante com seus ancestrais. Essa é uma forma de já ir entendendo um pouco sobre si, sobre a sua cultura e dos seus nessa sociedade atual". Tiara relata que o espetáculo faz isso através de músicas, da estética e da representatividade preta em cena. Além dela, atua na montagem Bruna Ribeiro. São manipuladores: Vagner Chiarini e Magna Eliez.

Em Cantos da Água em Estado Sólido, pessoas maceradas entre lotações de transporte e panelas vazias, mantêm-se em pé através do próprio suor. O ator Giovani Bruno contou mais sobre o quê a peça se baseia. "O espetáculo traz dois elementos muito importantes, além de outras camadas que vão aparecendo; um é a busca e a dificuldade em ter um espaço, um pedaço de terra para chamar de seu. Muitas vezes acontece das pessoas acreditarem que conquistaram esse local, mas depois descobrem que não. E o outro elemento é a história dos atores que estão na peça".

Cantos da Água em Estado Sólido

De acordo com Giovani, o elenco utilizou vivências pessoais e de familiares, que refletem uma luta social. "Apresentamos as histórias de trabalhadores brasileiros, baseadas na história dos atores do espetáculo. A experiência de uma cortadora de cana, que é a mãe de uma das atrizes; uma catadora de reciclagem, que é avó de um dos atores. Além de situações vividas por muitas outras mães que buscam sustentar suas casas através do trabalho. ". Por meio da simbologia, cenário e dramaturgia cênica, a montagem busca revelar a repressão contra esses seres invisíveis que são colocados à margem da sociedade.

Sobre o papel do teatro em discussões sociais, Giovani destaca que essa é uma das possibilidades dessa arte, que ajuda a sensibilizar o público. "Particularmente, acredito que o teatro também tem esse papel. Ele tem esse lugar de atravessar quem assiste, seja através da comédia, do drama ou da tragédia. Não necessariamente tem somente essa função, mas nosso coletivo, inclusive, trata muito dessas questões de seres 'invisíveis'. Achamos muito importante e necessário abordar esses assuntos, pois o teatro pode ser um instrumento para se colocar esses temas em discussão".

Contracena com Giovani, a atriz Roberta Vigatto. Eles têm o apoio dos contrarregras Conrado Augusto e Melina Ducatti; e dos músicos Rafael Beibi e Matheus Tagliatti.

Já em Causos de Pescadô – Novos Causos, amigos de infância, dois pescadores, se veem impedidos de se encontrar e estar próximos do Rio Piracicaba, devido a pandemia. Impedidos de fazer o que amam, pescar e contar causos, a solução encontrada pelas filhas é fazer uma chamada de vídeo para que os dois possam amenizar a agonia e a solidão geradas pelo isolamento social. Mesmo com as dificuldades de se adaptar diante da imposição tecnológica, nessa conversa demonstra-se toda peculiaridade de uma vida ribeirinha, com sua cultura, religiosidade e histórias de vida e morte.

Causos de Pescadô – Novos Causos

O ator e dramaturgo, Edvaldo Oliveira, pontuou a relação entre a tradição e o moderno; entre o teatro e o vídeo, que acontece nas exibições do 16º Fentepira; e o que também está presente na história Causos de Pescadô. "A peça foi pensada e realizada no início da pandemia. Ela trilha um caminho nunca antes vivido ou sequer sonhado por seus integrantes e mistura a tecnologia com o milenar fazer teatral, sem que exista um embate entre ambos. Esse encontro importantíssimo e necessário faz nascer um novo olhar para as artes cênicas. Da mesma maneira que os dois velhos amigos, com todas as dificuldades que lhe são apresentadas, se valem da tela de um computador para poderem se ver e matar a saudade, esse momento pandêmico fez com que o teatro também se reinventasse e buscasse novos caminhos para poder respirar e encontrar seu público. Novamente o teatro demonstra sua vitalidade, seu espírito de transformação e de resistência, como já o fez em vários momentos em sua longa história".

A direção é Carlos ABC. Além de Edvaldo, estão no elenco Antônio Chapéu, Simone Rosa e Viviane Souza.

Bate-papo ao vivo – Após as exibições, acontece um bate-papo ao vivo com o chat. A conversa contará com representantes do grupo de teatro e os provocadores, debatedores dessa edição do Fentepira, Alexandre Mate, Caio Martinez e Paula Ibañez.

Sobre o Festival

O Fentepira é uma política pública do Município de Piracicaba, prevista pelas leis 6.072/2007 e 7.491/2014. Tem como objetivo estimular a criação artística, a inovação criativa e a valorização da arte teatral, além de fomentar a discussão sobre o fazer teatral.

Assim como nos últimos três anos, a empresa ganhadora do pregão eletrônico 425/21 (ocorrido em 27 de setembro) foi a W Produções, sob supervisão geral de Adriana Batista.

Neste ano, a comissão organizadora foi formada por Rubens Evandro de Godoy Roncato (Semac – Secretaria Municipal de Ação Cultural), Luiz Gustavo Maluf (Semac), Amanda Forti (Semac), Dayane Gabriele Bortoleto (Semac), Edvaldo Oliveira e Viviane Souza (Apite – Associação Piracicabana de Teatro), Camila Amaral Tavares (SESC – Serviço Social do Comércio), Mirella de Sena Cagliari e Attilio Severino de Andrade (SESI – Serviço Social da Indústria), Ricardo Moreira de Araújo (Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), Rosangela Pereira e Antônio Chapéu (Movimento Liberdade Liberdade).

A realização é da Prefeitura de Piracicaba, por meio da Semac (Secretaria Municipal de Ação Cultural).

A curadoria dos espetáculos deste ano foi de Thais Dias e Roberto Rosa. Já a direção de produção é de Leonardo Moraes.

Programação do 16º Fentepira

Fentepira: fentepira.com.br

Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCRFYRQxXWp_NEP0RwQkezNw

Links Curtos para o Youtube: encurtador.com.br/hHIP7 / https://url.gratis/qWXU3w

Semac: http://semactur.piracicaba.sp.gov.br/

Serviço

Dia 28 (domingo)

Espetáculo: Zuri e o Pé de Dendê

Link de teaser/apresentações anteriores: https://www.youtube.com/watch?v=qu2qGspAOzc

Link da exibição: https://www.youtube.com/watch?v=DhhBQxnhGfA

Grupo: Coletivo Peneiras (Piracicaba/SP)

Horário: 15h

Duração: 45 minutos

Classificação: Livre

Espetáculo: Cantos da Água em Estado Sólido

Link de teaser/apresentações anteriores: https://www.youtube.com/watch?v=_54CzIQKF84&t=3s

Link da exibição: https://www.youtube.com/watch?v=JAag0bXAo6I

Grupo: Coletivo Aguaceiro (Piracicaba/SP)

Horário: 20h

Duração: 60 minutos

Classificação: 18 anos

Dia 29 (segunda)

Espetáculo: Causos de Pescadô – Novos Causos

Link de teaser/apresentações anteriores: https://www.youtube.com/watch?v=9jcDQSvezPY

Link da exibição: https://www.youtube.com/watch?v=VSUFdztJTnw

Grupo: Cia Espetaquêra de Artes (Piracicaba/SP)

Horário: 20h

Duração: 50 minutos

Classificação: 12 anos


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