A Prefeitura Municipal, por intermédio das secretarias de Turismo (Setur) e Ação Cultural, juntamente com o Grupo Bom Jesus, Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba e Cemitério Parque da Ressurreição, promovem a partir da próxima segunda-feira (30) a 1ª Semana de Estudos Cemiteriais. O evento faz parte da comemoração do centenário do projeto artístico do Portão do Cemitério da Saudade e contará com lançamento de livro, palestras e descerramento de placa em frente ao Portão do Cemitério.

Eduardo Gabriel, organizador e idealizador do projeto, falou que a idéia do evento surgiu durante pesquisas junto ao Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, sobre o Cemitério da Saudade e o centenário do projeto artístico do Portão. Esta Semana tem como objetivo promover estudos dos espaços cemiteriais como um todo, analisando sua história, arquitetura, geografia e desmistificar o local junto à população, rompendo paradigmas para que possa se tornar futuramente um espaço de visitação turística.

A programação tem início dia 30/10, às 19h30, no auditório da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi), com noite de autógrafos do livro “Bom Jesus um novo conceito de Funerária”, de autoria de Cezario de Campos Ferrari. Na ocasião haverá apresentação do Coral de Música Sacra com o tenor piracicabano Antônio Pessotti. “Apresentarei canto gregoriano, considerado a oração oficial cantada da Igreja Católica Romana”.

O tenor Pessotti explica que a estrutura melódica do Gregoriano é toda modal e monofônica, isto é, o coro canta em uníssono em uma só voz. Especificamente, a liturgia do Dia de Finados é referência para muitos compositores, tanto do passado quanto do presente, que se basearam no texto do Proprio da Missa desse dia como inspiração: Requiem aeternam dona eis, Domine (Dai o descanso eterno, Senhor). Com essa frase se introduz – Intróito – a celebração e, em seguida, um trecho do salmo é cantado reforçando tal pedido (Graduale).

Dando continuidade ao repertório, segundo Pessotti o canto do Alleluia é substituído pelo Tractus, que pede a absolvição dos pecados, das faltas cometidas nesta vida (Absolve, Domine, anima omnium fidelium defunctorum). Bach e Victoria fizeram belas composições inspiradas na seqüência Dies irae, dies illa (Chegou o Dia do Juízo). Já o Offertorium louva a majestade de Jesus diante da morte e nossa esperança, também, na ressurreição dos mortos, princípio básico da fé cristã.

No dia 31/10, às 19h30, no auditório da Acipi, está prevista a palestra “Arte no Cemitério”, com a professora doutora de artes da Universidade Federal de Goiânia, Maria Elizia Borges, que faz parte da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC) e, há 20 anos, pesquisa as artes cemiteriais e suas interpretações.

No dia 01/11, às 19h30, no auditório da Acipi, acontece a palestra “Estudos Cemiteriais no Brasil”, com o professor, geógrafo e pesquisador Eduardo Rezende. Rezende é precursor em estudos cemiteriais, tendo feito mestrado em arte cemiterial pesquisando o Cemitério da Vila Formosa, na cidade de São Paulo e, posteriormente, escrevendo monografia sobre o assunto.

Finalizando a 1ª Semana de Estudos Cemiteriais, acontece no dia 02/11, às 9h, no Cemitério da Saudade, comemoração dos 100 anos do projeto artístico do Portão do cemitério, com descerramento de placa alusiva à data. Durante os quatro dias de evento estarão expostos na Acipi 13 painéis com fotos do Cemitério da Saudade, realizados por Eduardo Gabriel. Os participantes receberão folder com mapa do cemitério destacando seus pontos mais interessantes. A Acipi fica à Rua do Rosário, 700, Centro.