O prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferrato, participou hoje (22) da solenidade de inauguração da fábrica de etanol de segunda geração da empresa Raízen, em Piracicaba. O evento contou com a participação da presidente Dilma Rousseff, do governador Geraldo Alckmin, de autoridades e convidados. A fábrica tem capacidade de produção de 42 milhões de litros por ano de etanol 2G, combustível que emite 15 vezes menos dióxido de carbono se comparado ao comum. É obtido a partir do reaproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar e produz energia limpa e renovável.

O projeto obteve 90% de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que aportou R$ 207,7 milhões. A seleção foi feita pelo programa Inova Empresa, parte do Plano Nacional de Apoio à Inovação Tecnológica e Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico.

Ferrato destacou que Piracicaba é pioneira em novas tecnologias e que a preocupação com o meio ambiente está no DNA da cidade. "Piracicaba, além de grande produtora, sempre buscou novas tecnologias para tornar o combustível renovável melhor e mais barato”, disse.

Ao discursar no evento, o governador Geraldo Alckmin comparou: "Na década de 1970, depois da crise do petróleo, nós tivemos Proálcool e, 40 anos depois, nós temos agora outro momento histórico do ponto de vista estratégico para o país e do ponto de vista de inovação. É o etanol de segunda geração".

A presidente Dilma Rousseff afirmou que o trabalho em parceria com a Raízen é um compromisso do governo, uma vez que o etanol é estratégico para o desenvolvimento do Brasil. Ela destacou ainda que o etanol 2G fortalece a posição do Brasil como liderança no uso de fontes renováveis na matriz energética. “Ele nos qualifica ainda mais nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas”, observou, referindo-se à participação do Brasil na COP 21, a conferência do clima que ocorrerá em Paris no final do ano.

Sobre o etanol 2G O novo combustível, produzido a partir da biomassa da cana com o uso de enzimas, é mais caro que o etanol tradicional, fabricado com o caldo açucarado extraído na moagem da cana.

O custo de produção do etanol de primeira geração é de cerca de R$ 1.150 por metro cúbico (mil litros), enquanto o de segunda geração custa R$ 1.400, segundo a Raízen.

A empresa projeta que vai conseguir equiparar os custos dos dois tipos até 2017 e fazer o chamado "etanol celulósico" custar R$ 1.100 por metro cúbico em 2018.

A atual capacidade da nova unidade é de 26 milhões de litros por ano, mas um novo equipamento de fermentação começará a ser instalado em outubro, o que fará a usina chegar, futuramente, a 42 milhões de litros anuais.