A arrecadação tributária da Prefeitura de Piracicaba também sofreu os reflexos da diminuição no ritmo de crescimento da economia. No primeiro bimestre de 2009 cresceu somente 1,84% em relação ao mesmo período de 2008. O índice corresponde a menos de um terço da inflação medida nos últimos 12 meses pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou na marca dos 5,9%. A informação foi divulgada ontem (12) pelo secretário municipal de Finanças, José Admir Moraes Leite. Em valores, o município arrecadou R$ 2,9 milhões a menos do que previa, já que, considerando a inflação do período, as receitas deveriam ter chegado a R$4,3 milhões. No total, foram arrecadados R$ 74,3 milhões com impostos, taxas, repasses e pagamentos da Dívida Ativa, entre janeiro e fevereiro deste ano. Nos primeiros dois meses de 2008, as receitas com essas mesmas origens financeiras chegaram a R$ 72,9 milhões. Apesar da diferença positiva de R$ 1,3 milhão, a Prefeitura esperava que o crescimento fosse maior, já que, segundo o secretário, os parâmetros considerados na elaboração orçamentária de 2009 foram de 4,5% de inflação e crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro também de 4,5%. No entanto, o resultado dos dois primeiros meses do ano aponta um cenário bem diferente, como mostram os valores do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e do ISS (Imposto sobre Serviços). “Em cinco fontes de receita, a situação foi ainda pior. O Fundo de Participação dos Municípios, a Dívida Ativa, o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sequer alcançaram a arrecadação do primeiro bimestre de 2008”, explicou Moraes Leite, conforme quadro abaixo. PRINCIPAIS RECEITAS TRIBUTÁRIAS QUADRO 1 VALORES NOMINAIS EM R$
RECEITAS | ARRECADADO NO 1º BIMESTRE 2008 | ARRECADADO NO 1º BIMESTRE 2009 | VARIAÇÃO | |
R$ | % | |||
I C M S | 25.703.616,08 | 26.663.791,43 | 960.175,35 | 3,74 |
I P V A | 23.924.436,85 | 25.802.064,31 | 1.877.627,46 | 7,85 |
I S S Q N | 7.710.157,18 | 7.740.746,47 | 30.589,29 | 0,40 |
F P M | 6.307.995,58 | 5.944.737,34 | -363.258,24 | -5,76 |
DÍVIDA ATIVA | 3.184.860,26 | 2.586.604,63 | -598.255,63 | -18,78 |
I P T U | 2.011.816,71 | 1.568.311,92 | -443.504,79 | -22,04 |
I R R F | 1.731.970,35 | 1.825.398,11 | 93.427,76 | 5,39 |
I T B I | 1.138.436,41 | 931.357,48 | -207.078,93 | -18,19 |
TAXAS | 993.975,31 | 996.132,95 | 2.157,64 | 0,22 |
I P I | 265.633,84 | 255.631,02 | -10.002,82 | -3,77 |
TOTAL | 72.972.898,57 | 74.314.775,66 | 1.341.877,09 | 1,84 |
Nessa tendência, a arrecadação com os principais tributos não deverá atingir a estimativa orçamentária prevista para 2009, que é de R$ 538,8 milhões. “Certamente, essa diminuição na receita exigirá da Administração ações mais duras no controle de gastos e na contenção de despesas", argumentou o titular de Finanças.
Embora o resultado da análise considere apenas dois meses (janeiro e fevereiro), há sinais claros dos reflexos do processo de desaceleração econômica. “Por mais que não a desejemos, a crise já não está mais batendo na nossa porta e sim entrando nas nossas casas”, analisa o secretário.