“A população da região da Vila Rezende e Algodoal pode ficar tranqüila quanto à construção da futura Estação de Tratamento de Esgoto Ponte do Caixão ….. A nova ETE em Piracicaba não acarretará cheiro, a exemplo da Estação de Tratamento de Esgoto de Mogi Guaçu, a qual certificamos de perto”.
As declarações são de Antonio Prando, representante da Associação dos Moradores da Vila Rezende e de Ramiro Antonio de Oliveira, presidente da Associação dos Moradores dos bairros Algodoal/São Francisco. Elas refazem o posicionamento em relação à obra, que vem gerando dúvidas, principalmente em relação ao temor de que a sua construção acabe gerando mau cheiro. Há expectativa é de que a partir de agora as lideranças revertam suas posições e passem a dar apoio à construção da ETE Ponte do Caixão.
Na manhã de hoje (14), uma comissão de moradores dos bairros Vila Rezende e Algodoal visitou a Estação de Tratamento de Esgoto do município de Mogi Guaçu, com população de cerca de 50 mil habitantes. Convidados pelo Semae, os líderes comunitários observaram de perto o funcionamento daquela ETE e constataram que o processo não gera odor, a maior preocupação em relação à futura Estação de Tratamento de Esgoto Ponte do Caixão.
Acompanhados de Samuel Santos, assessor da presidência do Semae e do Diretor do Departamento de Tratamento de Esgoto da autarquia, João Marconato, os moradores ouviram atentamente as explicações dos técnicos daquela estação, considerada uma das mais eficientes do estado de São Paulo.
Para Ramiro Antonio de Oliveira, presidente da Associação dos Moradores dos bairros São Francisco/Algodoal, a viagem foi importante, para que pudesse ver de perto o funcionamento da ETE de Mogi Guaçu, já que a nova estação Ponte do Caixão terá características similares.
Oliveira explicou que a resistência dos moradores em relação à nova ETE está baseada principalmente em relação ao mau cheiro que pode gerar. Mas com explicações dos técnicos de Mogi Guaçu, “observamos que este problema não existirá. Verificamos o seu funcionamento e certificamos a qualidade e segurança do processo de tratamento. Como líder levarei as informações aos moradores e acredito que apoiaremos a construção da nova estação”.
No entender de Antonio Prando, não há motivos para os moradores ficarem receosos em relação à construção da nova ETE, principalmente em termos de odor. Ele afirmou reconhecer que os benefícios gerados pela nova estação, principalmente na melhoria da qualidade de vida da população. “Detalharei para a minha comunidade todos os aspectos dessa visita a ETE de Mogi Guaçu, que tem alto grau de eficiência”.
Outro morador que saiu satisfeito da visita foi Antonio Juarez, que reside há dois quilômetros onde será construída a nova estação. “Como residente próximo à futura ETE, não poderia ficar tranqüilo, mas reconheço que minhas crítica em termos de mau cheiro que poderá ocasionar, não foram corretas, principalmente levando em conta o sistema empregado na Estação de Tratamento de Esgoto de Mogi Guaçu, que possui sistema de tratamento bem definido e sem odor”.
De acordo com Alessandro Roberto Ricci, responsável pela ETE de Mogi Guaçu, com o processo de lodos ativados não há risco de mau cheiro e para manter a qualidade de sua operação, contamos com técnicos capacitados. Ele disse que com a construção daquela ETE há 1 ano, cessaram as reclamações de mau cheiro. A estação ocupa uma área de 175 milímetros quadrados e é a maior daquele município, tratando cerca de 1.500 m3 por hora, tratando o esgoto de 55% da população e está localizada na área central da cidade.
Segundo João Marconato, a visita teve o princípio de mostrar aos moradores que a Estação de Tratamento de Esgoto Ponte do Caixão, terá a mesma concepção da estação de Mogi Guaçu e, ao mesmo tempo, mostrar a diferença entre essa ETE e a do Piracicamirim, que a própria natureza do tratamento gera o gás sulfídrico causador do mau odor.
Marconato afirmou que “a estação de Mogi Guaçu não gera o gás sulfídrico. A única diferença da estação Ponte do Caixão e esta que visitamos, é que será três vezes maior e com tecnologia mais avançada, com compressores injetando água nos três tanques, dando uma flexibilidade operacional imensa”.
Desde o início do processo da construção da nova ETE, a preocupação do Semae permitir a maior transparência possível e confirmar que não gerará odor, através do sistema de Lodos Ativados por Aeração Prolongada. “A nova ETE terá toda a flexibilidade operacional e sua construção levará em conta todos os aspectos de engenharia ambiental e o projeto será encaminhado aos órgãos ambientais, como o DAEE e Cetesb”.
Mogi Guaçu tem hoje 4 Estações de Tratamento de Esgoto
A mais Nova ETE de MogiGuaçu entrou em funcionamento dia 10 de março de 2006. Foi construída para aumentar a eficiência do tratamento. Essa obra é essencial para o desenvolvimento de Mogi Guaçu para a instalação de novas empresas, para o cumprimento de exigências ambientais e para tratar o esgoto doméstico visto a população ter crescido nos últimos anos. Chegando na Lagoa, o esgoto vai para a nova ETE. Neste tanque os aeradores que parecem hélices de ventilador, fazem a oxigenação para que as bactérias possam modificar o resíduo doméstico. Daqui o esgoto vai para o raspador, onde é decantado, isto é, fica descansando para que a sujeira se acumule no fundo do tanque. Lá no fundo a sujeira é sugada para o adensador, que envia uma parte para a centrífuga. Na centrífuga, a sujeira em forma de lodo é separada da água. A água volta limpa para o rio e o lodo é retirado para o projeto de compostagem do solo. A outra parte do lodo volta para o aerador para a recirculação das bactérias. São poucos os municípios no Brasil que investem em obras de saneamento para preservação do meio ambiente e da saúde. Para a construção desta Estação de Tratamento de Esgoto foram gastos 4 milhões e 800 mil reais, contando com apoio do Comitê da Bacia Hidrográfica e da Caixa Econômica Federal.