A Secretaria de Saúde de Piracicaba, por meio do Centro de Controle de Zoonoses, realiza neste sábado (10), um arrastão de combate ao caramujo africano no distrito de Ártemis. O arrastão terá início às 8h, da ponte de ferro localizada no distrito.
A iniciativa tem como objetivo orientar a população local sobre as ações necessárias para o controle da infestação do caramujo gigante africano, Achatina fulica, que ocorre há alguns anos, sobretudo no período das chuvas, em diversos bairros da cidade. O SIP-156 (Serviço de Informações à População) recebeu durante o mês de janeiro 67 solicitações sobre a existência do molusco principalmente nos bairros da área central e da região norte do município.
O molusco, chamado erroneamente de escargot por criadores e comerciantes, além de ser uma praga agrícola, por destruir plantações e lavouras diversas, também representa um risco à saúde pública. A praga foi introduzida por comerciantes, com o fracasso no negócio milhares de exemplares foram jogados no meio ambiente.
O caramujo é encontrado em locais úmidos, hortas e terrenos com entulhos. O molusco usa tijolos, telhas e excesso de plantas como criadouros e chega a colocar diversos ovos por dia em época de chuva. A espécie pode hospedar o verme Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença grave que pode levar à morte por perfuração intestinal e hemorragia abdominal. Nesse sentido, preocupada com a situação, a Secretaria tem feito arrastões nos bairros em que lideram as reclamações, com distribuição de folhetos e orientações sobre o caramujo.
Entre as informações alerta que a população não deve manipular o molusco sem a proteção de luvas e muito menos utilizá-lo como iscas para pesca. O Centro de Controle de Zoonoses não é responsável pela captura do molusco, ele presta orientações sobre como remover e destruir os caramujos.
A diretora do Centro de Controle de Zoonoses, Eliane de Carvalho, informa que a única maneira de acabar com o caramujo é fazer a “catação” do molusco, que em seguida deve ser colocado em uma solução de salmoura na seguinte proporção: cinco colheres de sal para cada um litro de água. O caramujo deve ser enterrado ou jogado no lixo, somente depois de se ter certeza de que está realmente morto, do contrário poderá transferir a infestação para demais localidades, ensina.
“A população não deve colocar as mãos desprotegidas no animal e também deve evitar o contato com o muco deixado por ele”, alerta. As demais providências incluem remoção do entulho, corte do mato e caiação (aplicação de cal) no local. Em caso de terrenos com mato alto devem ser encaminhadas solicitações ao 156, para que o proprietário do terreno seja acionado.
A diretora também ressalta que existem cuidados para prevenir a doença transmitida pelo caramujo. De acordo com ela, é preciso muita atenção com alimentos a ser consumidos crus. ‘É necessário lavar bem as verduras e frutas. As mãos devem ser lavadas sempre, depois de cont+ato com o solo, do trabalho no campo, nas hortas e jardins. Ainda é importante impedir que crianças brinquem com os caramujos, já que elas podem colocar as mãos na boca’, diz.
Ela orienta ainda que, no caso do aparecimento de qualquer sintoma como dor abdominal, febre prolongada, falta de apetite e vômitos, a pessoa procure imediatamente a Unidade Básica de Saúde, onde poderão ser realizados exames mais específicos.