Amanhã, o Semae dará um primeiro e importante passo rumo ao tratamento de esgoto da cidade. Será publicado no Diário Oficial o edital com detalhes da concorrência pública para a contratação da empresa que construirá a nova estação de tratamento de esgoto (ETE) de Piracicaba, chamada de ETE “Ponte do Caixão”, localizada entre os bairros Bongue e Ondas.

Na prática, o edital representa o primeiro passo de um caminho valioso projeto em termos de qualidade de vida e atendimento aos compromissos jurídicos junto ao Ministério Público (TAC). Após a publicação do edital, a abertura da proposta está marcada para o dia 23 de fevereiro, às 9 horas. Ou seja, o projeto que começa a sair do papel representa tratamento de esgoto para mais de 150 mil habitantes – cerca de 2/3 da população.

Com capacidade de tratamento de 400 litros por segundo, a ETE ‘Ponte do Caixão’ utiliza moderna tecnologia, com sistema aeróbio, que não produz gás sulfridríco (principal emissor do mau cheiro). Entre os diferenciais está o reuso da água, que será reaproveitada em outras etapas do processo de tratamento.

Utilizado em vários países da Europa, o sistema planejado pelo Semae tem eficiência entre 95% a 98% na remoção da carga orgânica. A legislação estadual estipula 80%. O modelo foi implantado com sucesso em cidades de médio e grande porte como Sorocaba e São José dos Santos.

A área da nova ETE tem 41 mil metros quadrados. Neste primeiro projeto, somente metade da metragem será utilizada (20 mil m2). O Semae já planeja uma segunda etapa, que utilizará a área restante.

A previsão é que as obras comecem no final deste semestre, com estimativa de conclusão para o segundo semestre de 2008. O custo estimado é de R$ 25 milhões, garantido no Plano Diretor do Esgoto, através da cobrança de R$ 12,5% nas contas de água. Como a cobrança teve início em 2002, o salto atual do Plano Diretor é de R$ 11 milhões.

O presidente do Semae, Vlamir Schiavuzzo, destacou as características ambientais do projeto e o compromisso da autarquia em atender o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público. “Os projetos da nova ETE e do novo aterro representam claramente a preocupação da Administração em proporcionar condições de crescimento sustentável no município”, declara.

Vlamir lembra que foi escolhida após análises técnicas e financeiras. “Optamos por um local economicamente viável e estrategicamente localizado”, explica. A primeira ETE de Piracicaba, a ETE Piracicamirim, entrou em funcionamento em 1997 e responde pelo tratamento do esgoto de 90 mil habitantes.

Por tratar-se de um modelo moderno, a nova ETE também terá relativamente altos de manutenção. Estudos projetam valores em torno de R$ 4,5 milhões em três anos – média de R$ 1,2 milhão ao ano. “Esses valores correspondem à manutenção da estrutura implantada”, completa.

Desenvolvimento sustentável

O prefeito Barjas Negri destacou que tanto o projeto do novo aterro quanto da ETE ‘Ponte do Caixão’ pautam-se no planejamento para o crescimento da cidade com sustentação ambiental. “Do ponto de vista ecológico e também comercial, a implantação é muito benéfica. Na vinda de novas empresas, na estrutura da cidade, enfim, todos os setores são beneficiados”, argumenta.

Barjas comenta a nova ETE ampliará a capacidade total de tratamento da cidade, chegando ao patamar de 70% somadas as duas ETEs. “A partir do segundo semestre de 2008, enfocaremos a terceira estação, equacionando para o prefeito da próxima legislatura condições de estabelecer abrangência total no tratamento do esgoto de Piracicaba”, projeto o prefeito.

Sem esconder a satisfação em anunciar o início da concepção da nova ETE, Barjas citou seu plano de governo. “Na minha plataforma de campanha, um dos itens foi investimento no tratamento do esgoto doméstico. Hoje colocamos em prática o compromisso assumido”, completa Barjas.