O 1º Fentepira (Festival Nacional de Teatro de Piracicaba) teve todas as apresentações com casa cheia, no último final de semana. O público superou as expectativas dos organizadores que durante os primeiros dias de festival notou ausência de espectadores em grande parte dos espetáculos.

Para ver o espetáculo “Navalha na Carne” apresentado no Engenho Central, na última sexta-feira, cerca de 30 pessoas não conseguiram lugar, já que cabiam cerca de 70 pessoas no local. Outra superação foi na sala 2 do Teatro Municipal “Dr. Losso Netto” que possui 120 lugares e ficou totalmente lotada, além do improviso de cadeiras para o público, tudo para não perder as apresentações de “ O Jovem Werther” e “ O homem que queria ser Rita Cadillac”.

Quanto as possíveis alterações nas datas e horários para atingir maior número de espectadores, a programadora cultural do Teatro Municipal, Maria de Fátima Alves Silva, informou que a programação do Fentepira não será alterada. “O festival tem objetivo maior na formação de público e, com o tempo, construir nas pessoas o hábito de freqüentar o teatro”, afirma.

O festival segue hoje com apresentação de mais dois espetáculos: “O filho das Águas”, às 20h, no Teatro do Sesi – Av. Luis Ralph Benatti nº 600 – Vila Industrial e “Num Meio Dia Sem fim de Primavera”, as 22h, no Engenho Central – Av. Maurice Allain, 454.

Em o “Filho das Águas”, do grupo Tragatralha, o espetáculo aborda a delicada relação de afetividade que o artista Elias Rocha ( o Elias dos bonecos) mantém com o Rio Piracicaba. Nos idos de 1975, quando a degradação chegou a níveis alarmantes, Elias instalou os seus bonecos de sucata nas margens do rio e eles viraram símbolos da luta pela preservação. O lúdico na vida de Elias, através das tradições caipiras, Festa do Divino e Caruru.

No espetáculo “Num Meio Dia De Fim de Primavera”, da Cia. Teatral Controvérsias, o menino Jesus, cansado de viver no céu, rouba três milagres e foge para Terra. Aqui ele é procurado por Miguel, enviado do céu, e por Lusbel, vindo do inferno. Duas atrapalhadas criaturas que lideram uma incansável busca pelo menino fujão, num mundo habitado por personagens da nossa cultura popular um mergulho na espiritualidade e na origem cultural brasileira. O texto é inspirado em um poema de Alberto Caieiro, homônimo de Fernando Pessoa.

O 1º Festival Nacional de Teatro de Piracicaba tem programação até o dia 30 de novembro, com espetáculos de ótima qualidade, e o que é melhor, totalmente grátis.